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Em meio à crise sem precedentes na saúde no que se refere à dengue, o Estadão abriu a semana nesta segunda-feira, 22, com um editorial em que aborda a grave epidemia da doença que assolou o Brasil no último verão, deixando mais de 3,3 milhões de infectados e revelando uma série de negligências por parte do governo Lula: “falha inaceitável”, diz o jornal.

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A omissão do poder público no combate ao Aedes aegypti, destaca ainda o editorial, é considerada inaceitável e deve ser tratada como prioridade absoluta para evitar novas epidemias e salvar vidas.

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“A queda de 83,3% na contratação dos agentes entre 2022 e 2023 parece ter sido ignorada pelo Ministério da Saúde, assim como o grau de desconhecimento das prefeituras sobre a grave epidemia que se avizinhava”, aponta o Estadão.

O texto destaca a redução significativa na contratação de agentes comunitários de endemias (ACEs) em 2023, com a contratação de apenas 822 novos profissionais, em comparação ao ano anterior, sob gestão de Jair Bolsonaro (PL), quando mais 4.313 haviam entrado em ação.

A publicação destaca a falta de investimento de Lula e de ações diretas dos 5.568 municípios do país no controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas da dengue, mas também de outras doenças como febre amarela, zika vírus e chikungunya, em um momento crucial em que especialistas alertavam para a iminência da crise sanitária.

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“Desde o grande surto de dengue de 2001, epidemiologistas enfatizam que o controle do ciclo natural do Aedes aegypti é o principal meio de evitar os contágios”, lembrou o Estadão. “O combate à proliferação do inseto sempre exigiu esforços diretos dos municípios, que, como bem dizia o ex-governador paulista Franco Montoro, ‘é onde as pessoas moram’”.

Entretanto, mesmo com os salários dos ACEs sendo cobertos pelo Ministério da Saúde (MS), a contratação e as ações de combate ao mosquito foram drasticamente reduzidas.

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O editorial ressalta a importância da informação e da coordenação entre os diferentes níveis de governo, especialmente em ano de eleições municipais, quando se espera maior atenção para questões de saúde pública.

A falta de preparo do governo Lula para lidar com a epidemia, evidenciada pela ausência de investimento em campanhas de alerta à população e na contratação de agentes, é vista como um grave erro que resultou em um número alarmante de mortes por dengue.

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Ministério da Saúde não coordena trabalhos e tem recorde de mortes por dengue

O jornal paulista considera que, embora algumas medidas tenham sido tomadas pelo MS, como o repasse de recursos para a vigilância sanitária de Estados e municípios e a manutenção de estoques de medicamentos, é preciso uma maior coordenação e ação efetiva para evitar que tragédias como essa se repitam.

“Diante das 1.457 mortes por dengue confirmadas até o último dia 17 – outras 1.929 continuam em investigação –, será difícil validar sua atuação como eficaz”, afirma o jornal. “A epidemia certamente custaria menos vidas se houvesse maior coordenação do ministério com os municípios. Inaceitável, tal falha não pode mais se repetir.”

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