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Novo presidente da Marisa é investigado por uso de informação privilegiada. Alberto Kohn de Penhas, vice-presidente comercial da Marisa (AMAR3), que acaba de assumir interinamente o comando da varejista, é investigado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por uso de informação privilegiada prática conhecida como ‘insider trading’.

A mudança no comando da empresa foi feita após a renúncia do presidente Adalberto Pereira Santos, anunciada na noite de terça-feira (7).

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De acordo com processo instaurado em abril do ano passado na CVM, Kohn adquiriu, em 29 de outubro de 2021, 160 mil ações da Marisa, no valor de R$ 661,2 mil. Segundo a autarquia, Kohn estava “em posse de informação relevante consistente no conteúdo dos resultados da companhia relativos ao 3º trimestre de 2021, divulgados pela Marisa Lojas em 08 de novembro de 2021, valendo-se da informação para obter vantagem mediante compra de valores mobiliários.”

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A CVM considera o caso como “insider trading primário”, ou seja, quem comete o crime é quem teve acesso direto à informação privilegiada. Kohn já foi ouvido pela CVM, que prorrogou o processo. O presidente interino da varejista foi procurado pela reportagem, mas não atendeu a reportagem até a publicação deste texto.

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Kohn foi citado em 8 de dezembro do ano passado. De acordo com as regras da autarquia, qualquer acusado tem 30 dias úteis para apresentar sua defesa a partir da citação. Além desse prazo, o acusado pode solicitar uma prorrogação pelo mesmo período -caso do executivo da Marisa.

O executivo é considerado um profissional experiente no varejo têxtil: tem passagens por C&A no Brasil e na Argentina, pelo grupo Ammo (dono das marcas Artex e M. Martan) e pela Pernambucanas. Na Marisa, chegou em setembro de 2019. Filho do fundador também é investigado pela autarquia Em comunicado ao mercado em 7 de dezembro do ano passado, após reportagem do jornal O Globo, a Marisa informou ter prestado informações à CVM sobre as negociações com ações de emissão da companhia realizadas pelo vice-presidente.

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“A prestação de esclarecimentos e informações a CVM sobre negociações realizadas por administradores em resposta a ofícios faz parte da rotina de uma companhia de capital aberto com ações admitidas à negociação em mercados organizados no Brasil e até o momento a companhia não foi comunicada sobre qualquer decisão da CVM sobre a prática de insider trading pelo Sr. Alberto Kohn de Penhas”, diz o comunicado.

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A empresa manteve a posição ao ser questionada nesta quarta-feira (8) pela reportagem. O mesmo padrão de resposta, por sinal, foi usado em outra acusação envolvendo o filho do fundador da varejista, Marcio Goldfarb, que comandou a empresa por vários anos e hoje ocupa uma posição no conselho de administração.
Goldfarb tornou-se réu na CVM em dezembro do ano passado, após comprar ações da empresa menos de 15 dias antes da divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2022, realizada em 11 de maio do ano passado. A prática é proibida no mercado de capitais.

Com Folhapress

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