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Pacheco terá que permitir o desrespeito do governo Lula ao Congresso ou devolver a MP que retoma impostos da folha de pagamento

Imagem: Ricardo Stuckert

A deputada federal Any Ortiz (Cidadania-RS), relatora da lei que prorrogou a desoneração dos 17 setores que mais empregam na economia brasileira, afirmou que o governo “contrariou” a vontade do Congresso ao anunciar uma medida provisória (MP) que vai reonerar, gradualmente, a folha de pagamento. A deputada afirmou que o Congresso “se vê desrespeitado” diante da MP anunciada nesta quinta-feira (28) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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“A edição dessa MP pelo governo está contrariando a vontade do Congresso, que representa a totalidade dos brasileiros, e ainda causando uma enorme insegurança jurídica. Certamente essa iniciativa sofrerá resistência não só dos setores econômicos, mas do Congresso Nacional, que se vê desrespeitado diante de uma decisão quase unânime”, disse a deputada.

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Ortiz afirmou que a MP prejudica o ambiente de negócios e causa insegurança a empregadores.

A deputada disse esperar que a MP seja devolvida pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Até o momento, nenhuma medida provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi devolvida por Pacheco. Em seu primeiro mandato, o petista viu os presidentes do Legislativo mandarem de volta ao Planalto 20 MPs por questões técnicas.

O senador Efraim Filho (União-PB), autor da lei que renovou a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores que mais empregam na economia brasileira, diz que as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda nesta quinta contrariam uma decisão do Congresso Nacional e devem enfrentar resistência no Parlamento.

Para Efraim, a situação gera insegurança jurídica para as empresas. “Como que o empreendedor brasileiro irá se portar? […] Ele vai seguir a regra da medida provisória ou da lei, aprovada pelo Congresso e recentemente publicada no Diário Oficial da União?”, indagou o parlamentar.

“Faltam quatro dias para o dia 1º de janeiro, e qual regra que o empregador vai seguir? Essas ações do governo prejudicam ainda mais nosso ambiente de negócios e colocam em risco empregos e investimentos”, alegou.

Segundo o senador Ciro Nogueira (PP-PI) o PT quer tirar o salário criando imposto para os sindicatos e aumentar os impostos da folha de pagamentos”. A afirmação foi feita em uma rede social.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta (28) três medidas que, segundo ele, vão manter o Orçamento de 2024 equilibrado. Uma dessas ações é a derrubada da lei que prorroga a desoneração e uma alternativa que reonera, gradualmente, a folha de pagamento.

A lei que renova a desoneração da folha de pagamento de setores responsáveis por cerca de 9 milhões de vagas de emprego foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta, após os parlamentares derrubarem o veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para o senador Rogério Marinho (PL-RN), qualquer ação do governo deveria vir por meio de um projeto de lei, e não por medida provisória. “O governo tenta atropelar o Poder Legislativo e a negociação realizada no parlamento, que culminou na promulgação, pelo Congresso Nacional nesta quinta-feira (28), da Lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento até 2027”, afirmou.

Segundo o parlamentar, o governo tem o direito de discutir qualquer matéria tributária, desde que utilize os instrumentos corretos e democráticos. “Ao propor uma Medida Provisória, se sobrepondo à soberania do Congresso, o governo sinaliza uma postura ditatorial e evidencia sua dificuldade em dialogar com o setor empresarial, além de seu desespero com a meta fiscal de 2024, pois sabe que não conseguirá cumpri-la,” acrescentou.

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A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) manifestou preocupação com a reversão gradual da desoneração da folha de pagamentos. A entidade diz em nota que reconhece o esforço do governo para atingir a meta de zerar o déficit das contas primárias no próximo ano. Porém, alerta que a reoneração parcial da folha pode afetar parte dos 1,5 milhão de postos de trabalho formais mantidos pelo setor.

De acordo com Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit, a entidade está pronta para essa discussão. “Mas não faz sentido nessa altura do campeonato trazer mais insegurança jurídica para as empresas eh ao adentrar o ano de 2024 que esperamos que seja melhor para o nosso setor que foi em 2023,” disse.

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