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O crime organizado no Equador, que causou momentos de terror no país, possui conexões com facções criminosas do Brasil. De acordo com o pesquisador John Henry Murdy, doutorando pelo Departamento de Ciência Política da Universidade de Chicago, tanto o Comando Vermelho (CV) quanto o Primeiro Comando da Capital (PCC) estão envolvidos com o crime organizado no Equador.

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O Equador desempenha um papel crucial na América do Sul como rota de escoamento de drogas produzidas no Peru e na Colômbia, os principais produtores de cocaína do mundo. Parte do tráfico ocorre pela floresta Amazônica equatoriana, onde grupos locais transportam drogas, armazenando-as no país antes de repassá-las para o CV e o PCC no Brasil.

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A atual onda de violência no Equador começou após o presidente Daniel Noboa decretar estado de exceção, resultando na fuga de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, líder da gangue Los Choneros. Essa fuga desencadeou uma série de rebeliões em prisões equatorianas, visto que o crime organizado exerce forte controle sobre o sistema prisional do país.

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Além disso, a falta de capacitação e equipamentos adequados para as forças de segurança, a corrupção entre servidores do governo e a superlotação nas prisões contribuem para a piora da situação. Os grupos criminosos equatorianos também têm ligações com cartéis mexicanos, como Sinaloa e Jalisco Nueva Generación, e a máfia Balcânica, do leste europeu, fornecendo apoio logístico em troca de dinheiro, armas e drogas.

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A situação se agrava devido à migração desses grupos para operações no Equador, resultante do acordo de paz na Colômbia, que desmobilizou guerrilheiros e paramilitares, deixando grupos dissidentes. Há um compartilhamento da Amazônia entre esses grupos equatorianos e facções brasileiras, intensificando o tráfico.

No Brasil deputados já denunciaram a ligação do país com as facções criminosas da América Latina.

A falta de controle adequado nas áreas portuárias e aéreas do Equador também atrai organizações criminosas. O país se torna uma plataforma prioritária para a coleta e envio de drogas para mercados internacionais através do tráfico marítimo, terrestre e aéreo. O aumento nas apreensões de cocaína e nos homicídios nos últimos anos reflete a gravidade da situação.

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A dolarização e a baixa bancarização no Equador facilitam atividades ilícitas e lavagem de dinheiro. A atuação das facções equatorianas se assemelha à das brasileiras, incluindo motins em prisões coordenados com violência nas ruas e o uso de emissoras de comunicação para transmitir mensagens.