Pedido de prisão do General Dias é entregue a PGR. Após o depoimento do general Marco Edson Gonçalves Dias à CMPI do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira (31), parlamentares afirmaram que as mentiras e contradições estavam evidentes. Conhecido como GDias, ele comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia dos ataques. Um grupo de parlamentares apontou contradições e pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) a prisão do general.
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Para o senador Marcos Rogério (União-RO), o depoimento do general teve a intenção de transferir a culpa pelo resultado dos ataques para outras pessoas. O senador disse acreditar que todas as forças envolvidas têm sua parcela de responsabilidade e argumentou que não é certo que toda a culpa seja jogada na Polícia Militar do Distrito Federal. Marcos Rogério apontou contradições no depoimento do general.
— Numa única fala, ele consegue dar três versões E aí quem está na CPI precisa olhar para aquilo que está sendo dito, dentro do contexto. Quem fala a verdade repete mil vezes do mesmo jeito, mas quem procura escrever uma nova versão sobre os fatos invariavelmente vai vacilar, vai errar. Uma hora fala de um jeito e outra hora fala de outro, então a fala dele tem contradições.
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Em razão dessas supostas contradições, parlamentares da oposição informaram no final da tarde, ainda durante o depoimento, que enviaram à Procuradoria-Geral da República o pedido de prisão preventiva do general. Os crimes apontados são omissão imprópria, prevaricação, ação de ofício em interesse pessoal e obstrução de Justiça. A ação também pede a prisão do ministro da Justiça, Flávio Dino.
— O senhor, general, entrou em várias contradições desde os seus primeiros depoimentos. São várias, inclusive com falsificação de documento público enviado ao Congresso Nacional. Isso é gravíssimo. Em contrapartida, toda a cúpula da segurança pública do Distrito Federal foi presa e, inclusive, um governador eleito em primeiro turno foi afastado, ao arrepio da lei. Em contrapartida, o senhor continua solto, junto com o ministro Flávio Dino — disse o deputado Cabo Gilberto Silva(PL–PB), ao anunciar a ação da oposição.
O general ainda pediu para que seu nome fosse retirado de um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que foi enviado à Comissão Mista Controle e Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso. O general afirmou que pediu a retirada do seu nome porque ele não fazia parte grupo de WhatsApp em que os alertas de segurança apontados no relatório foram enviados. Entretanto, os parlamentares deixaram claro que isto foi uma falsificação de documentos que deveriam ir para a CPMI.
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Incompetência dos responsáveis pela segurança
Em entrevista nesta quinta-feira, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou que os depoimentos, até o momento, mostram incompetência tanto da polícia quanto do Gabinete de Segurança Inconstitucional, que não conseguiram impedir os danos às sedes dos três Poderes durante os ataques de 8 de janeiro. Para ele, é preciso deixar o viés político da discussão e descobrir, no caso de todos os envolvidos, onde houve dolo (intenção) e onde houve culpa.
— A incompetência já está caracterizada, sem dúvida, e a culpa já está caracterizada, sem dúvida. Não venham para mim com essa conversa de que foi só uma força de segurança. Não, foram todas que erraram, e é preciso identificar, agora, o grau de culpa e o grau de dolo — disse Maia, que defendeu a necessidade de ouvir um representante da Força Nacional.
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A comissão parlamentar mista de inquérito já aprovou requerimentos com pedido de informações à Força Nacional de Segurança Pública, mas rejeitou um requerimento do senador Sérgio Moro (União-PR) para a convocação do coronel Sandro Augusto de Sales Queiroz, que comandava o Batalhão de Pronto Emprego da corporação na época dos ataques. Ainda há 14 requerimentos não votados que pedem a convocação de representantes da força pela CPI para prestarem depoimento.
Com informação Agência Senado