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População da Índia deve superar a da China em 3 milhões de pessoas neste ano, diz ONU. A Índia deve alcançar uma população de 1,428 bilhão de pessoas em 2023 ante 1,425 bilhão da China continental, segundo as estimativas mais recentes do Relatório do Estado da População Mundial da Organização das Nações Unidas. Em novembro passado, a ONU divulgou que a população mundial havia ultrapassado a marca de 8 bilhões pessoas.

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Segundo os dados demográficos do novo relatório, 6,769 bilhões de pessoas vivem nas regiões menos desenvolvidas do planeta e 1,276 bilhão estão nas regiões mais adiantadas em termos econômicos.

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Nos locais mais desenvolvidos, apenas 16% da população está na faixa etária entre 0 e 14 anos, enquanto a população com mais de 65 anos alcança 20% do total. Na regiões menos adiantadas, por outro lado, 27% têm até 14 anos e 8% têm mais de 65 anos.

No relatório, o Brasil aparece com 216,4 milhões de habitantes, sendo que 20% estão na faixa entre 0 e 14 anos e 10% têm mais de 65 anos.

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A demografia global está mudando rapidamente, segundo o relatório. Dois terços das pessoas no mundo vivem em contextos de baixa fertilidade, enquanto oito países serão responsáveis por metade do crescimento projetado da população global até 2050 (República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, as Filipinas e a República Unida da Tanzânia).

Para a ONU, culpar a fertilidade pela mudança climática não responsabilizará os maiores emissores de carbono. O motivo é que, das 8 bilhões de pessoas no planeta, cerca de 5,5 bilhões não ganham dinheiro suficiente, cerca de US$ 10 por dia, para contribuir significativamente com as emissões de carbono.

Um estudo recente apontou que uma maior paridade de gênero na força de trabalho faria mais para sustentar as economias em sociedades envelhecidas e de baixa fertilidade do que estabelecer metas para que as mulheres tenham mais filhos.

Taxa de natalidade e liberdade de escolha

A ONU alerta em seu relatório, que as ansiedades da população global são generalizadas e os governos estão adotando cada vez mais políticas destinadas a aumentar, diminuir ou manter as taxas de fertilidade.

Mas adverte que esses esforços para influenciar as taxas de fertilidade são muitas vezes ineficazes e podem corroer os direitos das mulheres. O pede uma reavaliação radical de como os números da população são enquadrados e sugere aos políticos e a mídia a abandonar as narrativas exageradas sobre booms ou quedas populacionais.

Ou seja, ao invés de perguntar com que rapidez as pessoas estão se reproduzindo, os líderes deveriam perguntar se os indivíduos, especialmente as mulheres, são capazes de fazer livremente suas próprias escolhas reprodutivas.

“Os corpos das mulheres não devem ser mantidos cativos de metas populacionais”, diz em nota Natalia Kanem, diretora executiva do Fundo de População da ONU (UNFPA, na sigla em inglês). “Para construir sociedades prósperas e inclusivas, independentemente do tamanho da população, devemos repensar radicalmente como falamos e planejamos mudanças populacionais.”

Segundo a ONU, 44% das mulheres e jovens de 68 países relatam não ter o direito de tomar decisões informadas sobre seus corpos quando se trata de fazer sexo, usar métodos contraceptivos e procurar cuidados de saúde. E cerca de 257 milhões de mulheres em todo o mundo têm uma necessidade não atendida de contracepção segura e confiável.

Além disso 24% das mulheres e meninas são incapazes de dizer não ao sexo e 11% são incapazes de tomar decisões específicas sobre contracepção.

Uma pesquisa em oito países mostrou que as pessoas que foram expostas à mídia ou conversas sobre a população mundial eram mais propensas a ver a população global como muito alta.

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