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Se o pagamento milionário de dividendos da Prio (PRIO3) no fim do ano passado gerou expectativas entre os acionistas de que outras remunerações estivessem em vista, o CEO da petroleira, Roberto Monteiro, já afirmou que proventos não deverão ser pagos tão cedo no bolso dos investidores.

O CEO da Prio apontou um motivo para reter esse dinheiro em caixa: crescer via fusões e aquisições (M&As).

“Qual é a nossa expectativa genuína? No dia em que não tivermos uma visão positiva a respeito de M&A, será o momento em que vamos distribuir [o caixa]”, afirmou o CEO, durante teleconferência com analistas.

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“A gente passou o quarto trimestre viajando para cima e para baixo com o intuito de entender as possibilidades e a agenda de M&As. Temos uma visão positiva e é a razão pela qual achamos que temos que segurar um pouco o caixa.”

Vale lembrar que, em dezembro, a empresa anunciou uma distribuição de dividendos de R$ 60 milhões, na primeira remuneração a acionistas de sua história. Entretanto, o foco da empresa não é tornar-se uma das “vacas leiteiras” da bolsa brasileira, mas sim atuar como um negócio de crescimento e multiplicação de capital.

As ações da Prio (PRIO3) reagem em alta às falas do executivo no pregão desta segunda-feira (11), depois de uma repercussão inicial negativa do mercado ao balanço do quarto trimestre.

Por volta das 13h, os papéis subiam 1,34%, negociados a R$ 45,30. No acumulado do ano, porém, as ações ainda marcam queda da ordem de 2%. Em 12 meses, os ativos registram valorização de 37%.

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O balanço da Prio no 4T23
Os últimos números da Prio (PRIO3) referentes a 2023 vieram a público na noite da última sexta-feira (08) após o fechamento dos negócios e trouxeram sentimentos mistos, segundo o mercado.

Como outras companhias do setor de óleo e gás, a queda nos preços do petróleo em 2023 também se fez sentir nos resultados da Prio. Porém, o impacto da desvalorização do Brent nos mercados internacionais foi suavizado pelo aumento da produção após a entrada do campo Albacora Leste.

“Foi o melhor trimestre da história”, disse o CEO em relação à produção da companhia, que chegou ao recorde médio diário de 100,3 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd) no quarto trimestre de 2023.

Em geral, os números da Prio (PRIO3) no último trimestre de 2023 não deixaram tanto a desejar, com expansão em quase todas as linhas frente ao mesmo período do ano anterior.

A frente positiva do balanço veio do consolidado do ano. O lucro líquido da companhia subiu 53% frente a 2022, atingindo o recorde de US$ 1,08 bilhão (R$ 5,37 bilhões).

A Prio ainda atingiu máximas em receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2023.

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Insegurança jurídica é risco para a operação da Prio

O CEO da Prio explicou sobre o maior risco para a companhia em 2024: o sucesso do projeto no campo Wahoo, na Bacia de Campos.

Com previsão de adicionar 40 mil barris de petróleo à produção diária da Prio, o projeto ainda depende de licenças de perfuração e interligação de Frade a Wahoo pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Além disso, será necessária uma permissão para a perfuração de novos poços em Albacora.

O aval garantirá o primeiro óleo no campo — e conta com um prazo apertado para sair. Isso porque a petroleira já possui embarcações contratadas para trabalhar na área, com dias contados para perfuração e conclusão de cada um dos três a quatro poços no campo após a licença de perfuração.

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No fim de janeiro, o CEO da Prio ligou um alerta entre os investidores ao afirmar que não havia plano B caso as licenças não saíssem.

Já na conferência de resultados realizada nesta manhã, o Monteiro afirmou que março vai ser um mês bem importante. “Se o Ibama destravar e as licenças conseguirem andar, teríamos pouquíssimas alterações a fazer.

O diretor de operações (COO) da empresa, Francisco Fernandes, ainda tranquilizou os ânimos do mercado com a notícia de que já existe uma estratégia alternativa negociada.

Segundo o COO, se a licença sair até o fim deste mês, o cronograma praticamente não será impactado, mas a Prio já trabalha com “vários planos” para o caso da questão do Ibama se arrastar.

Fernandes afirmou que negociou com o navio contratado, o Amazon, a possibilidade de inverter a ordem do projeto da Prio com um processo de outra empresa, que viria em sequência à exploração de Wahoo. “Parado a gente não fica. Temos planos A, B e C.”