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“Quem defende privatização é imbecil”, afirma Lula sobre a Petrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “imbecil” as pessoas que defendem a privatização de empresas estatais que ele considera como estratégicas no país, principalmente a Petrobras (PETR3;PETR4) que ele diz sempre ser alvo de críticas por ainda pertencer majoritariamente ao governo.

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A crítica foi feita durante a inauguração do Complexo de Energias Boaventura, localizado no município de Itaboraí (RJ) e que custou pelo menos R$ 40 bilhões da estatal desde que o projeto foi lançado no primeiro governo dele, sob o nome de Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

“É um bando de imbecil que fala isso”, disse Lula se referindo a defensores da venda da Petrobras por causa da possibilidade do petróleo acabar e o país ficar com uma empresa “que não presta para nada”. Ele completou falando que o dia que o petróleo acabar, a Petrobras “será a maior empresa produtora de biocombustível desse país, de etanol e de hidrogênio”.

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“A Petrobras é mais do que uma indústria de petróleo, é uma indústria de energia. E ela vai produzir o que for necessário”, disse vestido com um uniforme de petroleiro.

O complexo do Comperj era tido como símbolo da política desenvolvimentista do PT e foi apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como uma gestão “temerária” e “antieconômica”. O projeto nunca alcançou a marca projetada de refinar 150 mil barris de petróleo por dia previstos para 2013 em diante.

O projeto fez parte, ainda, do avanço do governo sobre áreas correlatas da cadeia do petróleo, como a distribuição de combustíveis e de gás de cozinha e a construção de navios-sonda para extração do óleo. As subsidiárias foram vendidas após a crise provocada pela Lava Jato, e que Lula criticou duramente durante o ato.

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Agora, sob o novo governo, o projeto do Comperj foi repaginado para escoar e professar gás natural. Ainda durante o ato, Lula afirmou atacou os trabalhos desenvolvidos durante a Operação Lava Jato e afirmou que o ato era uma “reparação” aos trabalhadores por “denúncias que sofreram” durante as investigações do esquema de corrupção.

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“Se você quiser prender um corrupto, você prende. Se você quiser dizer que uma empresa roubou, quem roubou não foram os trabalhadores, foi algum corrupto. Então, você pega ele e pune, mas deixa a empresa produzir, gerar emprego, salário e renda”, disse ressaltando que o objetivo era “desmoraliza a Petrobras perante os olhos da sociedade” para depois vendê-la por um valor mais barato.

Lula ainda questionou a qualidade dos serviços prestados pelas antigas subsidiárias da Petrobras e outras empresas privatizadas, como a Vale — alvo constante de críticas — e a Eletrobras.

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“A Vale ela está melhor agora que foi privatizada ou era melhor quando era empresa do Estado brasileiro? A Eletrobras está melhor agora ou estava melhor quando estava na mão do Estado”, questionou ressaltando que apenas quando era estatal foi possível construir grandes barragens para a geração de energia elétrica.

Sobre a antiga subsidiária de transportes de combustíveis, a BR Distribuidora, ele questionou se “barateou o combustível” ou “estão fazendo entrega na casa da gente”. “Não estão. Eles apenas se apoderaram de uma empresa que daria lucro para Petrobras para tirar um pedaço da Petrobras. A mesma coisa fizeram com a empresa de gás”, completou.

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Ainda durante a inauguração do complexo, Lula cometeu uma gafe ao afirmar que o povo brasileiro teria mais inteligência do que os petroleiros concursados da estatal. Ele disse que não teve formação profissional suficiente para participar de uma seleção dessa, mas que a população o elegeu para presidente.

“Eu estou aqui com essa camisa da Petrobras porque eu, embora não tenha sido petroleiro, certamente pela minha formação profissional e pelo pouco de tempo de escolaridade que tive, jamais passaria no concurso da Petrobras. Mas, como o povo é mais inteligente do que quem faz concurso, o povo achou que eu deveria ser presidente e por isso eu estou aqui na Petrobras com vocês”, afirmou.

Lula afirmou que a Petrobras está “no meu sangue, na minha formação política” e que não precisa ser engenheiro ou empregado da estatal.

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