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Reservas Argentinas são esgotadas na tentativa de conter preços

argentina tem inflação de quase 80%

Reservas Argentinas são esgotadas na tentativa de conter preços. Estimativas de economistas indicam que o Banco Central (BC) argentino tem hoje cerca de US$ 2 bilhões em reservas líquidas – o dado oficial não é público. Aumentar as reservas internacionais é uma das medidas que a Argentina se comprometeu a adotar para que o FMI continue liberando parcelas de empréstimo.

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Na primeira quinzena de março, o próprio FMI concordou em afrouxar a meta. Em documento divulgado à imprensa, disse que a medida “acomodará parcialmente o impacto cada vez mais severo da seca”. Segundo o Ministério da Economia argentino informou à mídia local, essa redução da meta deverá ser de cerca de U$S 2 bilhões no ano, para US$ 7 bilhões.

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As reservas da Argentina evaporaram porque o BC vem vendendo dólares para tentar sustentar a taxa de câmbio. Se deixar a moeda se desvalorizar ainda mais, a tendência é de que a inflação ganhe mais velocidade.

Por outro lado, o BC emite moeda para financiar os gastos públicos, o que pressiona a inflação. Em fevereiro, o aumento de preços superou 100% pela primeira vez desde outubro de 1991. Chegou a 102,5% no acumulado de 12 meses – um ano antes, estava em 52,3%.

A queda no padrão de vida dos argentinos aconteceu mesmo com reposição de parte do salário. Em junho passado, aconteceu um reajuste de 60%. “Ainda assim, não é suficiente. A comida está caríssima. Uma pizza em um lugar básico custa cerca de 5000 pesos equivalente a R$ 125 reais.

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Segundo o economista Nadin Argañaraz, diretor do Instituto Argentino de Análisis Fiscal, o salário médio real do trabalhador formal é hoje entre 20% e 25% menor do que em 2017. No mercado informal, essa redução é de 30% a 35%. Com a queda no salário real e a inflação elevada, chegou a 39,2% a fatia da população abaixo do nível de pobreza.

As dificuldades do agro trarão impacto

A seca na Argentina também deve elevar o déficit público do país neste ano, que havia caído para 2,3% do PIB em 2022. A meta acertada com o FMI para o ano passado era de 2,5% e, para este, de 1,9%. A tendência, porém, é de que, com uma menor produção agrícola, a arrecadação pública diminua. O Itaú projeta que o déficit voltará a 3% do PIB, pressionado também por um possível aumento de gastos públicos típico de ano eleitoral – a eleição presidencial será em outubro.

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Nadin Argañaraz, diretor Instituto Argentino de Análisis Fiscal, diz acreditar que deverá haver um novo debate entre o FMI e o governo diante dessa situação. “Se o FMI não relaxar a meta, o governo terá de adotar uma política contracionista de gastos muito forte. A seca fará com que o esforço fiscal tenha de ser muito maior.”

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O Brasil também sofreu em 2021 com a estiagem e geadas em várias partes do país, contudo, conseguiu controlar os custos devido a boas práticas do ministro da economia do período, Paulo Guedes.

Outro impacto da seca e da consequente falta de reservas é a redução das importações. O governo vem dificultando o acesso de empresas e consumidores a dólares. Sem a moeda americana, empresas não podem importar algumas matérias-primas e cortam produção.

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