Contando com a maior participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o setor de serviços apresenta queda contra os discursos governamentais, levando a questionamentos sobre se os números já mostram um sinal de desaceleração mais forte da economia do país. O resultado marcou a maior queda para qualquer mês desde abril de 2023 (-1,7%) e a baixa mais intensa para agosto desde 2016.
O volume de serviços prestados no país recuou 0,9% em agosto frente ao mês anterior, após ter acumulado ganho de 2,1% no período de maio a julho, informou o IBGE nesta terça-feira.
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A leitura ficou bem abaixo da projeção em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,4%
Para os economistas da esses resultados reforçam o cenário de desaceleração da atividade doméstica no período recente. “A dissipação dos resultados positivos remanescentes da política de 2022 em setores menos sensíveis ao ciclo econômico (agricultura e indústria de mineração), aliada à desaceleração das condições favoráveis do mercado de trabalho, deverão conduzir a um crescimento do PIB próximo de zero neste semestre”, apontam. A projeção para o crescimento do PIB em 2023 permanece em 2,8%.
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Na mesma linha, o Itaú diz que o setor de serviços decepcionou em agosto e, embora espere alguma recuperação dos serviços oferecidos às famílias em setembro, os números de hoje corroboram a visão de uma desaceleração gradual da atividade no segundo semestre.
“Tendo em vista a correlação existente entre o setor de transportes e a atividade econômica do país como um todo, a expectativa para o desempenho da economia do país para o mês de agosto não é positiva”, avalia.
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De qualquer forma, o desempenho do setor inspira cautela, ainda que a visão para o acumulado do ano seja de uma leitura positiva.
“A nossa expectativa para as próximas medições, com ajuste sazonal, é de continuidade de recuo para o setor visto a conjuntura de política monetária contracionista e inflação ainda em patamares elevados, mesmo utilizando estabilidade de preços para a projeção, devido a maior sensibilidade do setor a essas variáveis”, explicam alguns economistas.
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