Câmara avaliza cassação do TSE de mais de 344 mil votos de eleitores em Deltan. O ex-senador Arthur Virgílio (sem partido) usou as redes sociais na noite desta terça-feira, 6, para manifestar solidariedade ao ex-procurador da Lava Jato e deputado cassado Deltan Dallagnol e, na prática, sugerir que a perda de mandato efetivada ontem pela Mesa Diretora da Câmara foi resultado de uma “troca” entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Dizendo-se “estarrecido com o que chamam de cassação”, Virgílio relaciona uma sequência de episódios ocorridos nas horas anteriores para então definir o ato do comando da Câmara como “muito estranho”.
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“Lira toma café com Lula, na sequência é liberado pelo STF e em seguida vemos a confirmação, pela Mesa da Câmara, que aceitou a decisão do TSE que cassou o mandato do deputado mais votado do Paraná. Muito estranho, muito estranho!!!”, escreve o ex-senador.
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Para embasar sua teoria, Virgílio começa a linha histórica lembrando do encontro ocorrido entre Lira e Lula, fora da agenda oficial, nesta segunda-feira, 5. A reunião marcou uma tentativa de azeitar a relação entre governo e os deputados, que atingiu o grau máximo de tensão durante a tramitação da Medida Provisória (MP) dos Ministérios. Em entrevista após o encontro, Lira disse que ele teve caráter “institucional” e incluiu temas como a arrumação mais efetiva da base do governo na Câmara e as matérias mais importantes que deverão estar em discussão no Congresso ainda no primeiro semestre.
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Estou estarrecido com o que chamam de confirmação da cassação do deputado Deltan Dallagnol.
Lira toma café com Lula, na sequência é liberado pelo STF e em seguida vemos a confirmação, pela Mesa da Câmara, que aceitou a decisão do TSE que cassou o mandato do deputado mais votado… pic.twitter.com/IS39xa8uhn
— Arthur Virgílio (@Arthurvneto) June 6, 2023
Na sequência, Virgílio citou a decisão da Primeira Turma do STF que, no início da tarde de ontem, reviu sentença anterior e rejeitou uma denúncia de corrupção passiva contra Lira – apresentada na esteira da Operação Lava Jato. Em seguida, destacou o ex-senador, a Mesa da Câmara dos Deputados aprovou a cassação de Deltan. Segundo ele, caberia ao plenário da Casa aprovar ou não a perda de mandato.
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Nas palavras de Virgílio:
“O Plenário não foi chamado para referendar ou não essa cassação. Protesto veementemente contra a ‘cassação’ e contra a atitude do TSE.
Considero tudo isso grotesco e perverso. Sinal de que tem gente achando que pode mexer com as estruturas da democracia brasileira. Asseguro, de coração e cérebro, de tudo que tenho dentro de mim, que ninguém é capaz de destruir a democracia desse país.
Esse espírito de vingança deve acabar! Lula, quem deve ser expulso do poder é Maduro!!!
Força Deltan! Estou ao seu lado desde o começo e assim continuarei. Sei que você estará ao nosso lado em outras lutas também. Vamos seguir o que o destino quer. Ele quer luta? Vamos Lutar! Ele quer desafio? Vamos desafiar! Ele quer que se denunciem os acordos malcheirosos? Vamos acabar com a fedentina!
Continue Deltan. Estamos com você”, concluiu o deputado.
É importante explicar que o STF já tinha aceitado a denúncia contra Arthur Lira anteriormente. Entretanto, com a nova votação realizada ontem, os Ministros Alexandre de Moraes e Barroso resolveram mudar seus votos anteriores e votar contra a denuncia, assim inocentaram Lira.
Deltan, em suas redes sociais afirmou que vinha tentando falar com Arthur Lira há dias, porém Lira não respondia suas mensagens nem atendia suas ligações.
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