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Advogada em desespero chora na Suprema Corte, aponta abandono da OAB e humilhações. “As sentenças já estão prontas”. A advogada do réu do 8 de janeiro Matheus de Carvalho Lázaro, Larissa Lopes de Araújo, não segurou a emoção e chorou enquanto fazia a defesa de seu cliente na sessão desta quinta-feira (14), no Supremo Tribunal Federal (STF).

A especialista disse que os processos não foram conduzidos como está previsto na Constituição, e que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não defendeu os profissionais que estão atuando nos casos.

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Larissa também declarou que sentia medo de estar ali e que seu choro representava esse medo.

– Se eu perguntar, acredito que nenhuma de vossas excelências sabem me dizer qual é o critério deste processo. Ninguém sabe dizer, porque não tem. Fui com a sua cara, coloco você fora da prisão. Não gostei de você, você está preso. Vi advogados serem humilhados, talvez por isso eu esteja com medo neste tribunal. A OAB nunca se manifestou para defender a gente – disse a especialista chorando.

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– Nosso trabalho é tão desvalorizado que eu nem sei porquê estou falando aqui, se ninguém vai me ouvir. Olha que engraçado. Provavelmente é o que todos dizem lá dentro: “As sentenças já estão prontas”. E acredito que já estejam mesmo, porque qual é o critério que está sendo utilizado?

Larissa ainda afirmou que não existem provas de que seu cliente tenha cometido algum crime, exceto o fato de ele ter ido até a rampa do Palácio do Planalto. Ela afirmou que estão usando o mesmo processo e imagens genéricas para todos que estão sendo acusados. Exceto por alguma foto que possam encontrar no celular da pessoa que apreenderam, que não significa nenhum crime em específico.

A única prova que tem contra ele é o próprio depoimento tomado dele na delegacia ás 11h da noite sem a presença de um advogado, como determina a lei.

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“Eu acredito que nenhum de de vossas excelências sabe qual que é o critério desses processos. Não podemos perguntar, eu vi muitos advogados serem humilhados, talvez por isso eu esteja com um pouco de medo aqui nessa tribuna”. (VEJA VÍDEO)

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“A OAB nunca se manifestou para defender a gente. Meu choro aqui não é por partido é pelo meu trabalho que é tão desvalorizado que eu nem sei para que eu estou falando aqui se ninguém vai me ouvir. As sentenças já estão prontas. Quem duvida disso? Porque quais são os critérios que estão sendo utilizados nesse processo? O Coronel Natale foi um que eu falei, doutor mas o senhor viu alguém quebrando por que o senhor não foi chamado para mostrar, para identificar quem quebrou? Não foi chamado para identificar quem ele tinha visto quebrando. Que processo legal? A testemunha que poderia indicar quem foi que fez não foi chamada pra reconhecer?”, questionou a especialista.

Para concluir a defensora questionou porque a Suprema Corte não está seguindo a Constituição onde ‘ninguém será considerado culpado e quando digo culpado, me refiro a chamá-lo de golpistas, terroristas entre outros nomes pejorativos antes do trânsito em julgado. É isso que está na Constituição. Eu vejo aqui ministros que estimo tanto, que no meu entender só acompanham o relator e não explicam muita coisa, a gente tem medo no que possa vir pela frente. Isso é um recado, isso é um aviso não sei”, questionou.

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A advogada disse se sentir confusa de quem era o Juiz e quem era o Ministério Público, pois ambos falavam com tanto ódio e as mesmas palavras para todos os julgados, os tratando como condenados antes do julgamento com palavras pejorativas.

Os advogados dos acusados pelo 08 de janeiro já estão há meses pedindo ajuda da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) sem retorno pelo não cumprimento do processo legal.

Araújo fez um contraponto sobre outro assunto tratado pelo STF e pediu que tratassem o assunto em questão com a mesma “regua”.

É necessário diferencia, recentemente os senhores se debruçaram tanto sobre aquele processo das drogas, esmiuçaram quem que é tráfico o que que é uso. Mas não tiveram a mesma dedicação neste processo.

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