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O Brasil que está pela primeira vez na presidência do G20, através do Ministério das Relações Exteriores excluiu a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) da lista de organizações que contribuirão com a presidência brasileira do G20 em 2024, nenhum país nunca fez isso anteriormente.

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Há 12 organizações citadas no plano de trabalho incluindo o NDB, (Novo Banco de Desenvolvimento em português), o Banco dos Brics. É presidido por Dilma Rousseff. O NDB não foi citado nos planos ou documentos de apresentação de presidências de países anteriores. Nem no caso da Índia, que é a fundadora dos Brics, que comandou o G20 em 2023.

A OCDE que é uma das organizações mais respeitadas do mundo e de países líderes em desenvolvimento, aparece em um parágrafo adicional do documento brasileiro como organização que pode dar contribuições a atividades de grupos específicos.

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Contraste com anos anteriores de outras presidências:
A OCDE é citada entre as organizações fundamentais para o G20 em presidências prévias. O NDB é ausente em todas.

Brasil com Lula retrocede no mundo

Os sinais que a diplomacia brasileira emite sobre a OCDE não resultam em ganhos para o país. Podem resultar em muitas perdas.

Entre pessoas com altos cargos na OCDE, há grande descontentamento com o que consideram cold shoulder (em português, algo como “exclusão”) do governo Lula.

O processo de entrada do Brasil na OCDE começou formalmente em 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL). O atual governo demonstra relutância em mantê-lo, mesmo sendo o caminho de desenvolvimento para qualquer país que quer crescer. Mas não se pronuncia claramente sobre isso.

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Na Argentina, a gestão de Javier Milei retomou a aproximação com a OCDE e pretende integrar a organização, enquanto a Argentina estava sobre o governo de aliados de Lula com inflação acima de 140% não se interessava pela OCDE.

As avaliações da organização sobre o país independem de o Brasil ser ou não um de seus integrantes, dado a relevância global da economia.

O documento do G20 é só mais um sinal entre outros que o governo Lula fez, só em outubro a 1ª reunião do grupo interministerial para avaliar a cooperação com a OCDE. Não pagou até agora a taxa de € 5,1 milhões devida em 2023 para o processo de entrada na organização.

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A repercussão negativa disso para o Brasil vai muito além da sede da organização em Paris. Representantes de países europeus discutiram em reunião os sinais negativos do Brasil. Têm enviado informações a seus governos constantemente sobre o tema. Ao fazer descortesias em relação à OCDE, o Brasil está também construindo dificuldades com os países que a integram. A lista inclui os mais desenvolvidos da América do Norte, Ásia e Europa.

Integram a OCDE na América Latina Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador e México. O Peru está em processo de adesão.

Deixar de integrar a OCDE será uma desvantagem para o Brasil, que perderá a oportunidade de ter um selo de qualidade que favorece a atração de investimentos. Desistir de forma precária, deselegante, poderá ser ainda pior.

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Verdades do relatório da OCDE sobre governo Lula o incomodam

O Ministério das Relações Exteriores foi procurado para explicar o motivo pelo qual a OCDE foi rebaixada no documento. O espaço segue aberto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou irritação em live segunda-feira, 18, quanto às previsões da OCDE para o Brasil para 2024. Lula criticou a expectativa de crescimento de 1,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. O tom exaltado contra a OCDE demonstra a existência de ruídos entre seu governo e a organização.

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A previsão de crescimento da OCDE para o Brasil está acima de outras instituições e de analistas de mercado. O FMI (Fundo Monetário Internacional) estima alta de 1,5% para o PIB brasileiro em 2024.

O Focus, pesquisa do BC (Banco Central) com analistas, aponta 1,51%. É importante lembrar que ao assumir a presidência do Brasil Lula fez inúmeras críticas ao crescimento do PIB sob Bolsonaro, porém mesmo com pandemia foi muito superior ao alcançado por Lula.