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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta terça-feira (11) investigar o desembargador aposentado Sebastião Coelho por declarações sobre as ações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O colegiado determinou, por unanimidade, a instauração de um processo administrativo disciplinar (PAD).

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O corregedor nacional da Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, é o relator do caso. Para o ministro, as declarações do desembargador aposentado incitaram a animosidade das Forças Armadas contra os Poderes da República e foram feitas com objetivos eleitorais.

“Os atos censuráveis sugeriam efetiva preparação para o ingresso na vida política, mediante a prática de condutas infracionais como meio de autopromoção, em confronto evidente aos deveres da magistratura e à imagem do Poder Judiciário”, disse Salomão ao ler seu voto na sessão desta tarde.

O PAD pode gerar uma aposentadoria compulsória. Essa sanção abre uma brecha para uma ação do Ministério Público que pode causar sua inelegibilidade.

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CNJ analisou apontamentos do desembargador sobre condutas anticonstitucionais de Moraes 


O CNJ analisou três declarações feitas por Coelho com críticas a Moraes. Em agosto de 2022, o desembargador disse que Moraes fez uma “declaração de guerra” quando assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, Coelho renunciou ao cargo de corregedor eleitoral e anunciou sua futura aposentadoria no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

“O eminente ministro Alexandre de Moraes fez uma declaração de guerra ao país. O seu discurso inflama, não agrega e eu não quero participar disso… Eu não vou cumprir discurso de ministro. Seja ele em posse, em Twitter ou em redes sociais”, disse Coelho em 2022.

Em novembro do mesmo ano, o desembargador, já aposentado do cargo, discursou em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Ele afirmou que Moraes estaria cometendo crimes. “A solução será prender Alexandre de Moraes. Eu dou a base legal para isso”, disse à época. 

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Coelho reiterou as infrações do ministro em audiência pública da Comissão de Transparência do Senado no final de novembro de 2022. Na sessão, o desembargador aposentado apontou os crimes de Moraes, bem como vários outros juristas tem feito.

Sebastiao Coelho fez a própria defesa no CNJ e apontou a perseguição que sofre por dizer a verdade

O desembargador aposentado atua como advogado e defendeu um dos primeiros réus do 8 de janeiro julgados pelo STF. Sebastião Coelho afirmou, durante o julgamento, que os ministros do Supremo são “as pessoas mais odiadas deste país”.

Na sessão do CNJ, Coelho fez a própria defesa e questionou a abertura da reclamação disciplinar contra ele no colegiado, em setembro do ano passado. O advogado ressaltou que nenhum processo foi aberto quando as declarações ocorreram.

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“O ministro Salomão só abriu este processo no dia 13 de setembro de 2023, mais de um ano e um mês da minha fala. Um ano exato da minha aposentadoria. No dia em que eu fui fazer a sustentação oral do primeiro réu do 8 de janeiro. Eu disse que considerava aquilo uma intimidação, pode não ter sido, mas foi uma coincidência muito lamentável”, afirmou o desembargador aposentado.

“Eu sou uma pessoa do bem”, disse Coelho aos conselheiros. Ele destacou que “sua luta” sempre será pela magistratura e que suas declarações não tem “qualquer relação com sua atividade jurisdicional”.


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