Cosan faz aposta bilionária na Vale. Entenda o motivo. A Cosan (CSAN3) anunciou, na noite da sexta-feira (7) o maior negócio de sua história: a aquisição de uma participação minoritária na Vale (VALE3).
Entretanto a companhia, está usando caixa, financiamentos bancários e derivativos, a holding de energia, logística e gás está colocando de vez um pé na mineração. A participação adquirida inicialmente é de 4,9%, sendo 1,6% pela compra direta de ações e 3,5% por meio de derivativos. A participação total pode chegar a 6,5% dependendo da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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Entretanto, na apresentação ao mercado, os executivos da Cosan afirmaram que a arquitetura da operação não vai obrigar a holding a emitir ações, diluindo os acionistas atuais, nem vai aumentar a alavancagem financeira da companhia.
Segundo o chief strategy officer da companhia, Marcelo Martins, boa parte dos recursos necessários para pagar a aquisição virão de dividendos das controladas da Cosan e da própria Vale, além da venda de ativos que a holding considera “maduros para desinvestimento”.
Em contrapartida, a reação do mercado foi forte. A ação da Cosan caiu 8,72%, a R$ 16,65, sendo a maior baixa do Ibovespa no dia. As ações da Vale chegaram a subir até 5,15%, mas fecharam com leve queda de 0,05%, a R$ 75,51.
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Segundo o Credit Suisse, a notícia é inesperada e com grandes impactos para a Cosan. A casa de análises independente Eleven destacou que a operação faz parte da estratégia de diversificação da companhia. No entanto, os analistas da Eleven escreveram que “a operação torna a operação da Cosan ainda mais complexa, sem muita sinergia com os demais negócios.
Por esta razão, as perguntas dos analistas se concentraram na alavancagem e nas sinergias, e também no fato de a holding ainda ter de se desfazer de alguns ativos para pagar o investimento. “Não há como ter 100% dos fatores necessários ao fechamento de um negócio alinhado em um determinado ponto do tempo”, disse Guimarães. O CEO garantiu que o negócio foi analisado exaustivamente durante alguns meses e costurado durante algumas semanas.
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Na apresentação divulgada ao mercado, a Cosan informou que R$ 8 bilhões virão de empréstimos bancários com garantias e R$ 13 bilhões serão financiados via derivativos em até cinco anos. A estrutura financeira da operação é complexa. As garantias para os empréstimos bancários de R$ 8 bilhões serão participações acionárias nas controladas da Cosan, como Raízen e Compass, usando ações preferenciais (sem direito a voto). A garantia para os derivativos são as ações da própria Vale.
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No entanto, os executivos da Cosan frisaram que, apesar de aparentemente ter poucas sinergias com as atividades atuais do grupo, o negócio faz sentido. “A Vale é um ativo único e irreplicável na cadeia de valor dos recursos naturais”, disse o CEO, Luis Henrique Guimarães. Ele acrescentou que, desde que iniciou seu processo de diversificação para além do açúcar e do etanol, a Cosan comprou ativos aparentemente sem sinergia e que tinham capacidade de gerar valor no tempo.
Desta forma, o executivo concluiu que foi o caso da Exxon Brasil, primeira aquisição, realizada em dezembro de 2008. Foi o caso da Comgás. E é o caso da mineradora. “A Vale é um dos maiores, senão o maior expoente dessa estratégia”, disse Guimarães. “Ela tem presença global, exposição a moedas fortes e está alinhada a uma agenda ESG importante, que é a descarbonização da atividade siderúrgica.”
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