Após a suspensão da greve no primeiro turno da Embraer (EMBR3) os metalúrgicos do segundo turno atrasaram a entrada na fábrica em uma hora, na tarde da terça-feira (3). A mobilização, realizada em protesto contra a proposta referente à Campanha Salarial, foi recebida com a polícia.
A paralisação no primeiro turno, que inicialmente seria por tempo indeterminado, foi suspensa, por volta das 9h. Policiais militares teriam forçaram a entrada de trabalhadores na fábrica, mesmo após a assembleia ter decido pela interrupção da produção, segundo palavras do Sindicato.
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À tarde, a Polícia Militar prendeu José Dantas Sobrinho, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, e Ederlando Carlos da Silva, militante do Movimento Luta Popular. Eles estavam participando da organização da greve e foram levados para a Polícia Federal, onde permanecem até este momento.
Desde que Lula assumiu a presidência do Brasil os sindicatos tem avançado contra as empresas, durante os últimos anos estes fatos não ocorriam. Os movimentos sindicais são apoiados pelos partidos de esquerda brasileiros.
O governo federal se utilizou a empresa estatal Agencia Brasil para divulgar o ponto de vista do sindicato, contudo não mostrou a posição da empresa Embraer.
“Essa prisão foi um ato grave, antidemocrático, e representa um ataque ao movimento sindical e ao direito de greve. A PM agiu a serviço da Embraer e contra os trabalhadores. Os fatos ocorridos hoje confirmam a truculência e autoritarismo da empresa”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
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Aviso de greve
A Embraer foi notificada pelo Sindicato, no dia 26 de setembro, de que haveria greve, caso não houvesse melhoria na proposta patronal. Mesmo assim, não houve avanço. O último ano em que a empresa assinou convenção coletiva e aplicou reajuste salarial acima da inflação foi em 2017.
Estas são as principais reivindicações dos metalúrgicos:
– Reajuste salarial acima da inflação;
– Vale-alimentação para todos os trabalhadores;
– Assinatura da convenção coletiva para preservação de todos os direitos.
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A condição imposta pela Embraer para a assinatura da convenção é a redução da estabilidade no emprego para trabalhadores vítimas de doença ou acidente ocupacional. A convenção de 2017 garante estabilidade até a aposentadoria, mas a empresa quer reduzir esse período para 21 meses (em caso de doença ocupacional) e 60 meses (acidente ocupacional).
A Embraer está entre as maiores fabricantes de aviões do mundo e possui cerca de 9 mil trabalhadores em São José dos Campos, sendo 5 mil da produção.
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Sindicato tenta atacar Embraer via BNDES
A recusa da Embraer em assinar convenção coletiva levou o Sindicato a enviar na manhã de hoje ofício ao presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, solicitando reunião sobre a necessidade de se bloquear financiamento para empresas que não tenham convenção coletiva assinada com sindicatos, como é o caso da Embraer.
Desde 1997, o BNDES financiou US$ 25,4 bilhões em exportações de aeronaves da fabricante de aviões
“A postura da Embraer hoje foi inaceitável, em absoluto desrespeito ao direito à greve e à livre manifestação. Mas, apesar de todo o autoritarismo da empresa, os metalúrgicos continuarão lutando por seus direitos”, concluiu Weller Gonçalves.
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O que a Embraer diz
A Embraer informa que a unidade Ozires Silva, em São José dos Campos, opera normalmente, assim como as demais fábricas da empresa.
A Embraer, por liberalidade, já concedeu o reajuste salarial de 4,06% (que corresponde a 100% da inflação no período) aos colaboradores que recebem salários de até R$10 mil e um fixo de R$ 406,00 para remunerações acima desse valor, conforme proposta apresentada pela Fiesp, que representa as empresas do setor.
As negociações entre Fiesp e entidades sindicais continuam.
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