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As taxas dos DIs passaram pela segunda sessão de forte alta nesta segunda-feira, superior a 25 pontos-base nos vencimentos mais longos, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçar as dúvidas do mercado sobre a meta de primário zero em 2024, em um dia marcado ainda pela alta dos rendimentos dos Treasuries e pelo anúncio de dois novos diretores para o Banco Central.

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Na sexta-feira, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) já haviam avançado mais de 20 pontos-base em alguns dos principais contratos, depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que a meta de resultado primário zero em 2024 dificilmente será alcançada e que o governo não quer cortar investimentos em obras.
Nesta segunda-feira, Haddad tentou minimizar e afirmou que o comentário de Lula não mostra descompromisso com a área fiscal.

“Quando falam 'o presidente está sabotando o país', não (é isso). O que está acontecendo é que o presidente está constatando os problemas advindos de decisões que precisam ser reformadas ou saneadas”, disse Haddad.

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As explicações do ministro não convenceram, até porque ele não respondeu a repetidas perguntas sobre a manutenção da meta de déficit zero para 2024. (VEJA VÍDEO DA RESPOSTA DE HADDAD NERVOSO)

Em meio aos receios com a área fiscal, as taxas futuras passaram a registrar altas firmes no Brasil -- superiores às dos rendimentos dos títulos norte-americanos no exterior --, com investidores colocando no preço um risco maior de descumprimento da meta. A irritação de Haddad foi tamanha que no final ele abandonou a entrevista após tratar repórter de "meu querido faça seu trabalho pesquise o dado é público".

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“Pela lógica, não há como a taxa do DI no Brasil ficar mais baixa: como o fiscal começou a apontar para uma piora, os investidores passaram a colocar um pouco mais de prêmio na curva”, explicam analistas.

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Além da desconfiança com o equilíbrio fiscal, Haddad também anunciou dois novos nomes para o Banco Central a partir de 2024, indicados por Lula: o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Paulo Picchetti, para a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, e o servidor de carreira da autarquia Rodrigo Alves Teixeira, para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.

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As indicações, que ainda precisam passar pelo Senado, não fizeram preço na curva a termo nesta segunda-feira.

No fim da tarde desta segunda-feira, alguns dos principais contratos -- em especial na ponta longa -- viram suas taxas subirem mais de 25 pontos-base.

A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,14%, ante 10,983% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,065%, ante 10,796% do ajuste anterior.

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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,23%, ante 10,944%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,47%, ante 11,193%.

Atualmente, a Selic está em 12,75% ao ano. Na terça e na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reunirá para definir os rumos da taxa básica.

Com as falas de dólar a bolsa brasileira desceu a ladeira e fechou no vermelho e o dólar subiu.

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