Fed afirma que bolha imobiliária chinesa pode se espalhar pelo mundo. Com a onda vendedora de títulos que se espalhou por todo o setor imobiliário da China e além, cresce a preocupação com o potencial risco para o sistema financeiro global.
Contudo, o Federal Reserve deixou essa correlação explícita em relatório na segunda-feira (9). Alertou que o que acontece no setor imobiliário da China pode impactar os mercados financeiros e ameaçar o crescimento econômico mundial.
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E assim, há algumas semanas, analistas de Wall Street e bancos centrais asseguraram aos investidores que um colapso da China Evergrande não seria um “momento Lehman”. Reguladores em Pequim disseram que a crise seria “contida”.
Entretanto, de acordo com Larry Hu, chefe de economia da China no Macquarie Group, “a China parece estar realizando testes de estresse no sistema financeiro”.
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E ainda, segundo a mídia local, a Autoridade Monetária de Hong Kong pediu aos bancos que divulguem sua exposição ao mercado imobiliário chinês, destacando os riscos de um potencial contágio.
No entanto, em conjunto com a derrocada do mercado de títulos está a preocupação de que incorporadoras possam ter muito mais dívida do que o divulgado em seus balanços. Algumas empresas não têm conseguido pagar a dívida pública e oculta, apesar de aparentemente terem capital suficiente.
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Além de tudo, a nota de crédito da Kaisa Group, que na semana passada não efetuou o pagamento de produtos de gestão de patrimônio. E assim, foi rebaixada ainda mais na chamada categoria junk pela Fitch Ratings na terça-feira passada.
Contudo, “apenas sob estresse é possível saber quanta dívida existe fora do balanço patrimonial e quanta pressão o sistema é capaz de suportar. Mas o perigo é que a China decida desacelerar tarde demais”, afirmou.
A crise de caixa piora a cada dia. O rendimento de um índice da Bloomberg de títulos em dólar com grau especulativo chineses – dominado por empresas do setor imobiliário – subiu para 24%.
Entretanto, o mercado acionário não saiu ileso. O índice de incorporadoras chinesas da Bloomberg está no nível mais baixo em mais de quatro anos, depois de registrar baixa de 33% em 2021.
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Portanto, autoridades monetárias começam a soar o alarme. Bancos de Hong Kong serão obrigados a divulgar empréstimos e crédito emitidos para incorporadoras da China continental, títulos de unidades de tesouraria, bem como a proporção de ativos expostos, segundo informações do Hong Kong Economic Journal, que citou pessoas não identificadas.
No entanto, alguns veem as perdas como oportunidade. A Goldman Sachs Asset Management acrescenta uma “quantidade modesta de risco” por meio de títulos em dólar de alto rendimento emitidos por incorporadoras imobiliárias da China, disse Angus Bell, da equipe de gestão de portfólio do Goldman. O mercado está superestimando o risco de contágio, disse Bell em entrevista na semana passada.
Em conclusão, os alertas acontecem dos dois lados. Autoridades da China culpam a liquidez pós-pandemia liberada por bancos centrais de outros países, o que teria inflado os preços. Em março, o regulador do setor bancário chinês disse que bolhas de ativos nos mercados estrangeiros representam um risco para a economia global e podem explodir em breve.
Por fim, acionistas de empresas como Evergrande, China Fortune Land Development, China Aoyuan e Yuzhou Group acumulam perdas superiores a 70%. O indicador é avaliado em apenas 0,3 vezes o valor contábil, mostrando que operadores atribuem um desconto significativo aos ativos divulgados por incorporadoras.