O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) decidiu cortar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em meio ponto percentual, que passou da faixa entre 5,25% e 5,50%, para entre 4,75% e 5%, ao fim da reunião de dois dias de política monetária nesta quarta-feira, 18 de setembro. Assim, o Fed realiza seu primeiro corte desde 2020, em meio à pandemia de covid-19. Além disso, contratou mais cortes em 2024.
“O Comitê ganhou maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%, e julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente em equilíbrio”, destacou o FOMC em seu comunicado. Além disso, informou que seguirá reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em dívidas de agências e hipotecas de agências.
LEIA: Mais de 1,5 milhões de brasileiros já assinaram petição para impeachment de Moraes
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui.
Na reunião passada, o Fed manteve as taxas, com ciclo de pausa que iniciou em setembro de 2023, tendo em vista que as fed funds estavam na faixa entre 5,25% e 5,5% desde a reunião de julho do mesmo ano.
Durante a reunião de Bancos Centrais em Jackson Hole, nos Estados Unidos, realizada no final de agosto de 2024, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que “havia chegado a hora de ajustar a política”, o que foi visto como uma sinalização da queda na taxa, que baliza investimentos em todo o mundo.
Com uma inflação menos preocupante, ainda que ainda não na meta de 2%, aumentaram os receios em relação ao mercado de trabalho, que vem desacelerando. Como o Fed possui duplo mandato, inflação e emprego, a autoridade monetária americana considera não somente indicadores de preços, mas tenta achar um equilíbrio.
O receio dos investidores é de que o Fed possa estar “atrás da curva”, ou seja, que estaria agindo tardiamente em um cenário que caminharia para uma recessão. Assim, o mercado havia precificado um corte de meio ponto nesta semana.
VEJA: Ex-deputado e engenheiro condenados por corrupção na Operação Lava Jato tem pena reduzida pelo STF
A decisão não foi unânime. Michelle W. Bowman votou contra, pois preferiu a redução de 0,25 ponto percentual nesta reunião. O anúncio veio em linha com o que esperavam 66% dos investidores que estimavam corte de meio ponto, de acordo com a ferramenta Monitor da Taxa de Juros do Federal Reserve do Investing.com.
A expectativa é de que o chairman do Fed detalhe a decisão e seu entendimento sobre esses receios em coletiva de imprensa, marcada para 15h30.
A projeção dos membros do Fed é desacelerar o ciclo de cortes nas reuniões de novembro e dezembro. A mediana indica que a taxa fed funds termine 2024 em 4,4%. Isso significa dois cortes de 25 pontos-base, ou manutenção em uma reunião e corte de meio ponto percentual em outra.
VEJA: Lula exige que Haddad passe credibilidade sobre o que fala
No dot-plot, gráfico de pontos em que cada bolinha significa as projeções de juros de cada membro do Fomc, a maioria do colegiado vê a taxa de juros entre 4,25% e 4,5% no fim do ano, sendo 9 membros que projetam esse patamar na taxa fed funds, enquanto um membro solitário está mais dovish e vê a taxa de juros no intervalo entre 4% e 4,25% em dezembro.
Já 9 membros veem a taxa mais alta do que a mediana, segundo o dot-plot. Há 7 projeções de que o intervalo das taxas de juros fique entre 4,5% e 4,75% no fim do ano, enquanto 2 membros não veem mais cortes de juros no ano, com a manutenção na atual faixa de 4,75% e 5%
 do){kind=link}