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Fundos imobiliários comunicam redução em dividendos. Saiba quais. Pelo menos quatro fundos imobiliários afetados pela inadimplência em série de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) comunicaram ao mercado na noite desta segunda-feira (10) a redução no volume de dividendos que serão distribuídos aos cotistas em abril.

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O Hectare CE (HCTR11) reduziu pelo terceiro mês seguido o repasse e promete distribuir no próximo dia 17 o montante de R$ 0,50 por cota – abaixo dos R$ 0,70 de março e do R$ 1,00 de fevereiro. Em janeiro, o fundo pagou aos investidores R$ 1,10 por cota.

O Versalhes RI (VSLH11) também seguiu a mesma linha e cortou o dividendo que será distribuído este mês pela metade – se comparado ao que foi pago em março.

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De acordo com comunicado do fundo, o pagamento de abril será de R$ 0,03 por cota – abaixo dos R$ 0,06 do mês anterior, que já estava bem abaixo do rendimento distribuído no ano passado, que chegou a R$ 0,14 por cota.

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Já o Devant Recebíveis (DEVA11) pagará R$ 0,70 por cota na próxima semana – também abaixo do observado em março, quando foi depositado R$ 0,90.

Cenário ainda mais adverso para o Tordesilhas EI (TORD11) que mais uma vez não distribuirá dividendos, de acordo com comunicado ao mercado divulgado nesta segunda-feira (10).

O FII do tipo híbrido – que investe em mais de uma classe de ativos – já havia suspendido o repasse de rendimentos em março.

Entenda o caso

A inadimplência em série dos CRIs já havia derretido a cotação dos FIIs classificados como high yield – de maior risco em março. DEVA11 liderou a lista das maiores perdas do período, com forte queda de 33%.

As perdas do DEVA11 se acentuaram com o comunicado sobre atraso no pagamento de diversos CRIs presentes no portfólio do fundo, como destacou fato relevante divulgado pela carteira na quarta-feira (29).

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“Verificou-se que o cumprimento das obrigações pecuniárias dos certificados recebíveis imobiliários de emissão da Forte Securitizadora S.A não foi honrado na data pactuada, dia 20 de março de 2023”, confirmou o documento, sinalizando que até aquele momento não havia “qualquer notícia do adimplemento de tais obrigações”.

No mesmo dia, os fundos Tordesilhas EI (TORD11), Versalhes (VSLH11) e Hectare CE (HCTR11) também reportaram problemas em CRIs ligados a pelo menos sete projetos.

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O CRI é um instrumento usado por empresas do setor imobiliário para captar recursos no mercado. Na prática, essas companhias “empacotam” receitas futuras que têm para receber – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos – em um título, que é vendido aos investidores, como os FIIs.

Os papéis embutem um rendimento mensal prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.

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Segundo os fatos relevantes divulgados pelos fundos HCTR11, TORD11, VSLH11 e DEVA11, os títulos com pagamento da parcela de março pendente são de projetos/empresas como Circuito das Compras, GPK, Resort do Lago IV, WAM Holging, Búzios Beach, EDA e Resort do Lago Park.

Levantamento do Clube FII – plataforma de informações sobre fundos imobiliários – aponta que os títulos respondem por até 28,5% do patrimônio líquido do TORD11. A participação dos papéis no portfólio do HCTR11 é de 24,20, no do VSLH11, 23,20%, e no DEVA11, 17,30%.