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Futuro ministro do STF transfere processos em que atua para sua mulher. A advogada Valeska Teixeira Zanin Martins, mulher de Cristiano Zanin, vai assumir o escritório fundado pelo casal e os processos do marido. Ex-advogado do presidente Lula na Operação Lava Jato, Zanin vai tomar posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em 3 de agosto. A partir daí, não pode mais advogar.

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Apenas no STF, Zanin atuou em 143 processos e legalmente está impedido de participar do julgamento de qualquer um deles como ministro. Agora, apenas 19 estão tramitando na Corte e ficarão sob responsabilidade de sua mulher. Nesse caso, também há impedimento legal para a atuação de Zanin.

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Entretanto, não há previsão legal específica para que o novo ministro não julgue outros processos da Lava Jato, embora ele possa ser considerado suspeito. Nesse caso, a parte interessada poderia requerer a suspeição de Zanin, já que foi o advogado de um dos principais réus da Lava Jato.

Processo de suspeição de Moro também fica com esposa de Zanin

Zanin também deixa ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedem a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro por supostamente espalhar fake news e ampliar gastos às vésperas da eleição.

Quando o ministro Dias Toffoli assumiu a vaga no STF, em outubro de 2009, indicado por Lula, ele também deixou seus processos sob responsabilidade da mulher, também advogada. Um dos principais clientes de Toffoli era o PT, partido de Lula.

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Entre os processos dos quais Zanin está se desvinculando estão a reclamação que levou o STF a declarar o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR) parcial ao julgar Lula na Operação Lava Jato. A decisão reabilitou o petista politicamente e permitiu que ele disputasse e vencesse as eleições de 2022. A renúncia a esse caso já foi protocolada na quinta-feira 22, um dia depois de Zanin ser sabatinado e aprovado por 58 votos a 18 no Senado.