O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não comparecer a um evento da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) programado para sexta-feira (16) em Adis Abeba, Etiópia.
O encontro, denominado “Financiamento climático para a agricultura e segurança alimentar: Implementação da Declaração de Nairóbi e resultados da COP28”, contaria com a presença de vários líderes africanos, que foram para outro evento o qual Lula não foi convidado.
Líderes cancelaram a participação com Lula para participar de outra reunião sem convidar Lula. A mudança de planos ocorreu em função de uma reunião de emergência convocada pelo presidente angolano, João Lourenço, destinada a discutir a tensão entre Uganda e a República Democrática do Congo, com o objetivo de abordar a crise na região.
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O Congo vive uma crise política prolongada há mais de duas décadas com efeitos arrasadores, além de desastres naturais agravados pela Covid-19. As medidas de contenção da pandemia levaram a uma piora da economia com a desvalorização da moeda e o desemprego de milhões de trabalhadores até mesmo no setor informal.
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Lourenço, atuando como mediador da situação, não incluiu Lula na lista de participantes do encontro emergencial. A ausência coletiva dos líderes internacionais levou ao cancelamento da participação do presidente brasileiro no evento da FAO, alterando significativamente a agenda prevista para sua viagem à Etiópia.
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As tensões no Congo e em Uganda refletem a fragilidade das operações de manutenção da paz da ONU, de acordo com o pesquisador brasileiro Gustavo de Carvalho. A República Democrática do Congo (RDC) enfrenta desafios significativos, com grupos armados em crescimento, o que gera frustração na população em relação ao papel das Nações Unidas no país. A MONUSCO, maior missão de paz da ONU atualmente, está baseada na cidade congolesa de Goma.
Recentemente, o governo congolês decidiu expulsar o porta-voz da MONUSCO por declarações consideradas “indelicadas e inadequadas”, que contribuíram para protestos e resultaram em mortes e feridos.
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A situação também se assemelha à expulsão recente de um porta-voz da força de paz da ONU no Mali. Esses eventos destacam a necessidade de operações de manutenção da paz que possam trazer benefícios efetivos à população, não apenas com relação aos governos locais, mas também em discussões políticas