Patrocinado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai pedir votos para o ministro da Justiça, Flávio Dino, indicado por ele para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento de bastidores ocorrerá às vésperas da sabatina no Senado, marcada para o próximo dia 13, afirmou o Estadão.

MAIS: Senador Kajuru aliado governista vira réu por decisão do STF

Entretanto, Dino enfrenta a resistência de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem travou ruidosos embates desde a invasão das sedes do Planalto, do Congresso e do Supremo, em 8 de janeiro. A oposição quer revanche e promete ser agora mais dura do que em junho, quando Cristiano Zanin – o primeiro escolhido por Lula para o STF – teve o nome aprovado em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

LEIA: Lula critica afirmação de CEO da Petrobras sobre subsidiária na Arábia Saudita

Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo.  Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui.

SAIBA:  Moraes aplica multa a usuários do X sem intimação prévia, por questionar processo eleitoral


A votação é secreta, abrindo caminho para traições. Mesmo assim, pelas contas do governo, Dino receberá no mínimo 50 votos. Para ter a nomeação avalizada, ele precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores.

Contudo existe uma extensa campanha nas redes sociais que envolvem até mesmo prefeitos e vereadores da base de senadores, para que votem contra Dino. Os senadores que forem favoráveis Dino podem perder muito com seu eleitores e base e avaliam se isso vale a pena, o que provavelmente não seja vantajoso. Não votar em Dino por outro lado não significa perda real aos senadores, eles tem outros meios de barganhas.

LEIA: STF vai decidir se mantém escolhidos de Lula em ministérios e conselhos de estatais ou se afasta quase toda a equipe de governo

Lula desembarcou no Brasil na noite desta terça-feira, 5, e na quinta participará da Cúpula do Mercosul, no Rio, após um périplo que incluiu a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-28), nos Emirados Árabes, e uma passagem pela Alemanha.

A aliados, o presidente disse que vai telefonar para os parlamentares a fim de garantir a aprovação de Dino, que é senador licenciado, com o máximo de votos. Lula foi aconselhado a nomear o sucessor do ministro da Justiça antes da sabatina no Senado, mas até agora não deu sinal de que fará isso.

A sabatina na CCJ poderá ocorrer de forma simultânea à de Paulo Gonet, indicado pelo presidente para comandar a Procuradoria-Geral da República. O modelo sugerido pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), provocou a ira da oposição, para quem esse formato tem o único objetivo de facilitar a aprovação do nome de Dino.

AINDA: Ministério da Justiça do indicado ao STF ganha prêmio por falta de transparência em 2023

Um ano depois de ser eleito para o terceiro mandato, Lula ainda precisa negociar a cada votação no Congresso. Embora em tese o governo tenha maioria na Câmara e no Senado, na prática o apoio está quase sempre ligado à cobrança de alguma fatura e há rachas na base de sustentação do Planalto.