Michael Klein critica salários de diretores da Via Varejo. O empresário Michael Klein criticou duramente a remuneração dos diretores e conselheiros da Via (VIIA3), em documento anexo à Ata da Assembleia Geral Extraordinária (AGE).
Desta forma, a critica foi documentada e arquivada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na manhã desta quinta-feira (14) pela Via, e as discussões vem à tona após um aumento de 64% da remuneração dos diretores em relação ao que foi pago em 2021.
Entretanto, Michael Klein é acionista da Via e soma 10% do capital social da companhia em ações. Desse montante, são 2,5% via ações detidas em seu próprio nome, ante 7,5% por meio do Twinsf Multimercado Crédito Privado, veículo de investimento cujo principal acionista é o próprio Klein.
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O acionista e filho do fundador das Casas Bahia critica a remuneração 64% maio “apesar do desempenho da companhia” e da baixa nas ações.
Vale lembrar que no acumulado dos últimos 12 meses, as ações VIIA3 caem 88%, em meio a uma deterioração do varejo ante um ciclo macroeconômico desfavorável – de juros em alta e inflação de dois dígitos.
Para Klein, a proposta de remuneração é ‘injustificável’, uma vez que está em desacordo com a empresa “e suas responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus serviços no mercado”.
Em sua afirmação, Klein cita que a companhia, com a remuneração que totaliza R$ 105 milhões, “distribui os montantes entre seus membros e diretores a seu bel-prazer e segundo os seus próprios critérios, em inobservância do disposto no artigo 152 da Lei das S.A.”.
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Ainda nesta semana a Via publicou o documento referente à remuneração. Foi aprovado um pagamento de R$ 105 milhões aos seus diretores. Apesar da alta no montante, a remuneração dos diretores da Via que seria paga em ações da companhia foi reduzida.
Serão R$ 96,9 milhões aos diretores e R$ 8,1 milhões para remuneração do conselho de administração da Via. O valor pago a diretoria é 70% maior do que o que foi pago em 2021.
Contudo, no montante total, de R$ 105 milhões, serão R$ 50,7 milhões em ações pagos aos diretores e ao conselho, representando 48,2% da remuneração total.
Desta forma, essa proporção é maior do que o que foi pago em ações e 2021, quando os diretores e conselheiros da Via receberam mais de 64% das suas remunerações em ações da varejista. O documento mostra que são R$ 36,5 milhões em remuneração variável atrelada à participação nos resultados. Em 2021, foram R$ 11,7 milhões.
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E ainda, a remuneração fixa, em dinheiro e sem vínculo com os resultados da empresa, é de R$ 9,2 milhões. Ou seja, na média, cada executivo (são cinco no total) receberá R$ 1,86 milhão em 2022.
A Via justifica esse aumento de 12% em relação ao que foi pago em remuneração fixa em 2021 como uma “atualização monetária”.
Entretanto, em resposta à critica a Via afirmou, “caso os signatários da Manifestação persistam em tais condutas, a Companhia desde já informa que tomará todas as medidas legais cabíveis para coibir a disseminação de informações incorretas e imprecisas, resguardando o melhor interesse de seus acionistas e do mercado em geral, bem como para responsabilizar os signatários da Manifestação”, diz o documento, que contém a rubrica dos advogados da companhia.