O que ficar atento na semana além de PIB do Brasil e discurso de Powell

Agenda Internacional dos Mercados para a Semana
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O que ficar atento na semana além de PIB do Brasil e discurso de Powell. Além dos indicadores que podem agitar o mercado nacional, existem os fatos da agenda política da semana que podem causar grandes movimentos no mercado. A PEC de transição de Lula é um dos assuntos que tem afetado o humor do mercado ultimamente, e deverá ainda fazê-lo na semana que se inicia.

Alan Ghani, ph.D. em finanças pela Universidade de São Paulo e economista-chefe da SaraInvest, explica pontos perigososa da “PEC da gastança”, “quando falamos na criação de novos ministérios, devemos considerar os salários dos ministros e dos assessores, fora os gastos operacionais”, observou, ressalvando que nem sempre a redução de ministérios reflete na diminuição dos gastos públicos. “É uma medida ineficiente, um sinalizador ruim. Isso mostra que o futuro governo visa à expansão da máquina pública. O PT está mostrando que as demais políticas do governo devem seguir essa tendência. Isso nos condena ao atraso.

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Para o economista Ubiratan Jorge Iorio e colunista de Oeste, as equipes econômicas de Lula e Bolsonaro trabalham de maneiras distintas. “A proposta do Guedes era diferente, porque o ministro tem uma perspectiva de enxugamento do Estado e de estímulos ao setor privado”, observou, ao explicar que eventuais ajustes no Orçamento serviriam para compensar as despesas com o Auxílio Brasil. “A proposta do PT, por sua vez, mostra a total falta de responsabilidade que o partido tem com o dinheiro dos pagadores de impostos. Durante a campanha, os petistas prometeram uma série de benesses, mas não tinham ideia de onde viriam os recursos.”

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Outra questão política também bastante sensível na semana é que o senado terá audiência pública Alexandre de Moraes é convidado. A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor aprovou na sessão de terça-feira 22 um requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos) para realizar uma audiência pública em que se pretendem debater questões não explicadas relativas às eleições. O evento será na quarta-feira 30, às 9h30. Para a audiência foram convidados o ex-deputado e ex-delegado federal Protógenes Queiroz, que afirmou, numa entrevista em 2017, que não foi reeleito em 2016 por fraude nas urnas eletrônicas; e o argentino Fernando Cerimedo, que fez uma auditoria independente com base nos dados divulgados pelo TSE e apontou inconsistências nas urnas. As Forças Armadas também apresentaram relatório afirmando que “não é possível afirmar que a urna está isenta de um código malicioso que possa alterar o seu funcionamento “.

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E ainda, dois ministros do TSE e um do Supremo Tribunal Federal (STF), entre outras pessoas chaves neste processo de investigação.

Desta forma, os agentes de mercado continuam monitorando os movimentos do governo de transição. As incertezas com relação à política fiscal e equipe econômica de Lula seguem impedindo a Bolsa brasileira de ganhar tração – pelo contrário, tem alimentado sentimentos de aversão ao risco.

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O principal destaque da agenda de indicadores econômicos é a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre deste ano, na quinta-feira (1). O Itaú projeta um crescimento de 0,5% na comparação com o segundo trimestre e de 3,6% em bases anos. Caso isso se confirme, a economia continuou crescendo, mas de forma desacelerada.

“Todas as três principais categorias – agricultura, indústria e serviços – devem apresentar crescimento no período, com serviços, mais uma vez, trazendo a maior contribuição positiva”, diz o relatório do Itaú.

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Na sexta-feira (2), sai o indicador de atividade industrial referente ao mês de outubro e o Itaú prevê avanço de 0,5% em relação a setembro – na comparação anual, projeta crescimento de 2%.

A semana também vai ser marcada por dados de emprego. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é esperado para quinta-feira e a PNAD Contínua para quarta (30).

O Itaú espera uma desaceleração na criação de empregos formais em outubro. “Já em relação à taxa de desemprego, esperamos uma queda de 1 ponto percentual para 8,6%”, diz o relatório do banco.

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Na segunda-feira (28), o Banco Central divulgará a taxa de inadimplência mensal e os estoques de crédito. Na terça-feira (29), sai o resultado primário do governo em outubro e na quarta (30), os resultados nominais do setor público, assim como a relação dívida líquida/PIB.

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Dados internacionais

A inflação também é destaque na Europa. Na quarta-feira sai o índice de preços ao consumidor anual que, de acordo com o consenso Refinitiv, deve acumular alta de 10,4% em novembro, desacelerando dos 10,6% em outubro.

O ponto alto da agenda de indicadores dos Estados Unidos é a sexta-feira (2) quando será divulgado o payroll, compilado de dados oficiais do mercado de trabalho americano. O consenso Refinitv aponta para a criação de 200 mil empregos em novembro, uma desaceleração em relação à outubro.

A média de projeções do mercado também aponta para uma taxa de desemprego estável, em 3,7%. O Banco Central americano vai acompanhar o dado com atenção, já que o mercado de trabalho tem sido um dos principais geradores de inflação no país, segundo o Federal Reserve.

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Como de costume, antes do payroll tem o relatório JOLTS, a ser divulgado na quarta-feira, com as vagas em aberto no mercado de trabalho americano – o consenso Refinitv prevê que esse número venha em 10,3 milhões em outubro.

Nesse mesmo dia sai a pesquisa ADP, com a criação de vagas no setor privado. A média das projeções do mercado aponta para a abertura de 200 mil postos de trabalho em novembro.

Outro higlight da quarta-feira é um aguardado discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que poderá trazer novas pistas sobre a política de aperto monetário do país.

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Ainda na agenda americana de indicadores, tem o Livro Bege, na quarta-feira. O índice de preços para despesas e consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), considerado o favorito do Fed para mensurar a inflação, será divulgado na quinta. O consenso Refinitiv prevê uma desaceleração do indicador em outubro, crescendo 0,3% na comparação com setembro – de agosto para setembro o PCE avançou 0,5%.