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Postos em Minas alertam falta de diesel. O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) emitiu um alerta sobre uma potencial falta de abastecimento de diesel no estado de Minas Gerais.

O gerente de um posto, que falou à reportagem na condição de anonimato, trabalha no município de São Gonçalo do Abaeté, a cerca de 370 quilômetros de Belo Horizonte. Ele falou que o estabelecimento, de bandeira Petrobras, ficou sem diesel no início da noite da quinta-feira (10).

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“Em 23 anos de existência desse posto, nunca vivi uma coisa dessas. Temos outros três postos na região, que já estão sem diesel. A nossa rede presta outros serviços. Temos 200 caminhões e estamos procurando diesel em outras redes para poder abastecer alguns, mas não encontramos ainda”, contou.

Outro funcionário, de um posto em Uberlândia, disse que o estabelecimento ainda tinha diesel e cotas a receber do combustível, mas que estava controlando as vendas. “Estamos controlando aqui para não acabar. Mas há postos na região aqui sem combustível mesmo. Por isso estamos racionando, para não ficarmos desabastecidos”, disse.

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Já em Contagem, município que integra a região metropolitana da capital mineira, a gerente de um posto bandeira Ipiranga afirmou que o abastecimento de diesel no posto estava normal, apesar dos rumores de que o combustível estava acabando no interior do Estado.

“Com a mudança da política de preços de combustíveis da Petrobras (PETR3;Petr4) em território nacional, a defasagem entre os valores praticados no exterior e aqui estão muito expressivas. O importador vende o combustível aqui a um preço muito menor e compra a um preço muito maior de fora. A conta não fecha”, explica Sousa.

Ainda que a Petrobras não seja a única fornecedora de diesel no país, ela é a maior responsável pelo fornecimento dele por aqui, com uma fatia de mercado superior a 70%. Por isso, sua política de preços afeta os preços e abastecimento nacional de combustíveis no país. Em meados de maio, a estatal anunciou que estava deixando a paridade de preços de importação (PPI) – o que barateou os combustíveis na ponta, mas os encareceu no caso dos importadores.

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Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (ABICOM), a defasagem no preço do diesel para importadoras nos principais polos é de 26%, ou seja, o diesel no mercado internacional está 26% mais caro do que aqui – o que é ruim para importadores, que precisam trazer o produto de fora.

Vitor Sousa explica ainda que, no limite, caso os atuais valores não sejam reajustados, o desabastecimento pode afetar outras regiões do país. “Acredito que aconteça um reajuste. Ficaremos nesse ‘gato x rato’, na minha visão”, complementou.

O sindicato dos varejistas de derivados de petróleo do Rio de Janeiro que a distribuição de diesel no estado está normal. O Sincopetro, de São Paulo, não respondeu a um pedido de comentário.