SulAmérica tem compra pela Rede D’Or é aprovada pelo Cade. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou por maioria nesta quarta-feira (14) a compra da operadora de planos de saúde SulAmérica (SULA11), pelo grupo hospitalar Rede D’Or, (RDOR3), sem restrições, em mais uma concentração no setor aceita pelo órgão de defesa da concorrência. A compra foi questionada pelos concorrentes que denunciaram um controle sobre o setor com a união das duas empresas, criando um monopólio.
LEIA TAMBÉM: O escândalo da Qualicorp e a relação com Lula e jatinho
A Rede D’Or anunciou a compra da SulAmérica no final de fevereiro, numa transação toda em ações que avaliou a empresa de planos de saúde na época em cerca de R$ 13 bilhões. O negócio também marcou a maior aquisição da Rede D’Or desde que a companhia estreou na B3 em dezembro de 2020, com uma oferta inicial de ações (IPO) de R$ 11,5 bilhões.
SAIBA MAIS: Quem é o ministro da justiça indicado por Lula e escândalos
A superintendência do Cade já havia recomendado no início de novembro aval à transação sem restrições. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) também aprovou a aquisição em agosto. O negócio ainda precisa do sinal verde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Seis conselheiros do Cade, incluindo o relator do caso, Luiz Hoffmann, e o presidente, Alexandre Macedo, votaram pela aprovação sem restrições. A conselheira Lenisa Prado votou pela aprovação, desde que a empresa de administração de benefícios Qualicorp fosse excluída do grupo resultante.
LEIA AINDA: Ações da Petrobras e Banco do Brasil desabam após mudanças da Lei das Estatais
Após a aprovação, as ações da Rede D’Or avançavam 2,7%, às 16:35. Qualicorp avançava 4,9% e a unit da SulAmérica ganhava 3,1%. No mesmo horário, o Ibovespa resistia a 0,04%.
Antes do julgamento, tradicionais grupos hospitalares do país como Einstein, Sírio Libanês e Mater Dei manifestaram contrariedade ao negócio, questionando a necessidade do Cade julgar o processo neste momento faltando ainda mais de 100 dias para o término do prazo legal, que vence em fevereiro.
FIQUE POR DENTRO: Ministério da Economia expõe mentiras de Lula sobre Brasil
O representante do Sírio Libanês citou uma “celeridade incomum” no Cade a sessão de julgamento e erros na metodologia que balizou as recomendações da superintendência-geral.
Antes do julgamento, tradicionais grupos hospitalares do país como Einstein, Sírio Libanês e Mater Dei manifestaram contrariedade ao negócio, questionando a necessidade do Cade julgar o processo neste momento faltando ainda mais de 100 dias para o término do prazo legal, que vence em fevereiro.
O representante do Sírio Libanês citou uma “celeridade incomum” no Cade a sessão de julgamento e erros na metodologia que balizou as recomendações da superintendência-geral.
VEJA AINDA: Decreto assinado por Bolsonaro remaneja mais de 300 funções da presidência
Como entende o Cade
No entanto, o Hoffmann, afirmou que “não há justificativa econômica para que a SulAmérica descredencie concorrentes” da Rede D’Or já que a receita da operadora é insuficiente para manter o grupo por si só e por isso a rede de hospitais precisa atender outros planos.
Os conselheiros Victor Fernandes e Gustavo de Lima citaram riscos de troca de informações sensíveis de rivais da Rede D’Or que eventualmente podem ser obtidas pela SulAmérica no âmbito de seus negócios regulares, como as que envolvem médicos. Porém, consideraram que cabe à ANS regular o setor.
LEIA MAIS: Santander eleva projeção de inflação para o Brasil até 2024 e alerta sobre Lula
O aval do Cade ocorre quase um ano após a autarquia aprovar a compra da Notre Dame Intermédica pela Hapvida, que criou a maior empresa verticalizada de saúde do país.