Bolsa brasileira no menor patamar desde 2020

Expectativas ligadas a pandemia ajudam Ibovespa a chegar a maior alta em 6 semanas
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Bolsa brasileira no menor patamar desde 2020. O índice Bovespa renovou pelo segundo dia seguido a mínima de fechamento do ano, permanecendo assim nos menores níveis desde o começo de novembro de 2020. Voltando a moderar após o vencimento de opções sobre o Ibovespa no dia anterior, o giro financeiro caiu hoje para R$ 24,5 bilhões. Na semana, o índice acumula queda de 4,16%, colocando as perdas do mês a 2,46% – no ano, cede agora 8,30%.

No Ibovespa a influência da queda do minério de ferro e do petróleo tomou conta. Vale (VALE3) liderou as maiores baixas do dia, com -6,66%. A acionista da mineradora, Bradespar (BRAP4) também figurou na lista, com -5,44%.

E ainda, na ponta negativa, CSN (CSNA3) caiu 6,40%, CSN Mineradora (CMIN3) perdeu 4,58%, Gerdau (GGBR4) desvalorizou 4,47%.

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Mesmo com números estáveis na prévia operacional do segundo trimestre de 2022, Cyrela (CYRE3) também se destacou entre as baixas, com -5,95%, diante de preocupações de piora no cenário econômico nos próximos meses. E também a Petrobras (PETR3, PETR4) acompanhou a queda do petróleo do dia e cedeu 3,19% e 2,69%, nesta ordem.

Entretanto, os etor bancário do Ibovespa também recuou em bloco: Bradesco (BBDC3, BBDC4) caiu 2,22% e 2,27%, respectivamente, Santander (SANB11) perdeu 1,47%, Itaú (ITUB4) teve queda de 1,12% e Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,12%.

No campo positivo, quem liderou foi Cielo (CIEL3), com projeções otimistas por parte do Itaú BBA para o setor, e fechou com alta de 6,44%. Outros destaques no azul foram BB Seguridade (BBSE3), com +4,31% e Raia Drogasil (RADL3), com +3,67%.

Isto porque, o dia foi marcado pelo início de temporada de balanços trimestrais, com os resultados dos bancos americanos JPMorgan e Morgan Stanley bastante decepcionantes.

Além disto, o desempenho também foi condicionado, em especial, pelo prosseguimento da correção nos preços de commodities, como petróleo e minério de ferro. Em Qingdao, China, a tonelada do minério fechou em queda de quase 8%, perto de perder a linha de três dígitos, aos US$ 100,29, menor nível desde novembro passado.

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E ainda, a fraca leitura do IBC-Br em maio – em retração de 0,11%, após recuo de 0,64% em abril – combinou-se desde cedo à forte leitura sobre a inflação no atacado dos Estados Unidos em junho – em alta de 1,1%, ante expectativa a 0,8%. O conjunto de dados do dia, aqui e fora, firma dois temores: inflação em alta e desaceleração econômica global, que tende a se transformar em recessão com o avanço dos juros.

Entretanto, analistas acreditam que houve corte forte de impostos, especialmente em combustíveis. A expectativa é que para julho e agosto tenhamos deflação, com os primeiros dados de IPCA negativo desde março de 2020, no auge da pandemia. E há a PEC (dos Benefícios), que vai irrigar a economia com mais capital”, diz Paulo Duarte, economista da Valor Investimentos. “Há um efeito benéfico, de curto prazo, mas traz também uma ressaca, com piora dos dados para o ano que vem”, acrescenta o economista, destacando o lado fiscal, “pior do que o que se tem hoje, com contas públicas mais complicadas” para o governo a partir de 1º de janeiro.

Mercado Internacional

O dólar à vista fechou em alta de 0,51%, a R$ 5,4333, depois de oscilar entre R$ 5,4150 e R$ 5,490491. Já os contratos futuros do petróleo fecharam em baixa, mais uma vez abaixo da marca de US$ 100 por barril. O preço da commodity é pressionado pela força do dólar ante rivais, em meio às expectativas de um aperto monetário agressivo pelo Federal Reserve (Fed) diante da alta inflação americana.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega marcada para agosto caiu 0,54% (US$ 0,52), a US$ 95,78, enquanto o do Brent para o mês seguinte recuou 0,47% (US$ 0,47) , a US$ 99,10, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em queda nesta quinta, pressionado pelo avanço do dólar. A divisa americana ganha força, enquanto a perspectiva de aperto monetário agressivo pelo Federal Reserve (Fed) aumenta, mesmo em meio aos temores de recessão.

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Quando o assunto trata das bolsas americanas as reações foram distintas. A inflação nos Estados Unidos continuou como foco importante, mas balanços corporativos também estiveram no radar, com o setor financeiro liderando as baixas, enquanto entre os ganhos o de tecnologia puxou ganhos.

Desta forma, aDow Jones fechou com -0,46%, aos 30.630,17 pontos e o S&P 500: -0,30%, aos 3.790,38pontos. Por fim, a Nasdaq encerrou com +0,03%, aos 11.251,19 pontos.