Disparada do dólar pode afetar taxa de juros. Entretanto em se falando das análises existem os que acreditam que a disparada do dólar a quase R$4,28 na terça-feira, 26, para novos recordes nominais históricos é reflexo de novos ruídos na comunicação de membros do governo. Contudo, a situação pode contaminar de forma explícita outros mercados locais e eleva riscos em relação ao cenário de juros baixos.
Após o ministro da economia comentar em Washington nos Estados Unidos, de que o câmbio de equilíbrio do Brasil agora é mais depreciado devido ao juro baixo.
Entretanto, o ministro frisou que o Brasil tem uma moeda forte e que flutuações no câmbio não são motivo de preocupação. “Temos um câmbio flutuante, então ele flutua. Às vezes ele está um pouco acima, por exemplo, quando o juro desce, ele sobe um pouco.”
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Contudo, o mercado responde com a alta do dólar. Tudo por conta da sensação de que a moeda acima de R$ 4,20 não incomoda. Em contrapartida, os players viram espaço para reforçar as compras, o que automaticamente empurrou a cotação para acima da máxima histórica anterior, de 4,2482 reais na cotação de compra.
No entanto, o Banco Central anunciou pela manhã oferta líquida de moeda spot quando o dólar embalou a alta. Depois de um breve respiro, a moeda não apenas voltou a subir como superou o pico anterior, agora ameaçando a linha de 4,28 reais.
Na tarde, o BC anunciou outro leilão de venda líquida de dólares. Entre analistas e gestores as dúvidas eram: O governo diz que o câmbio não é uma grande questão, mas também está vendendo reservas cambiais para defender a moeda?
O cenário traz a preocupação do mercado com a recente alta do dólar e o risco de o juro precisar subir antes do esperado. Em outras palavras, a curva de DI já mostra Selic média de 5,3% no último trimestre de 2020. Acima do patamar atual (5%) e 80 pontos-base acima do nível de 4,50% esperado pelo mercado para o fim de 2019 e de 2020. A curva começa a embutir altas de juros em meados de 2020.
Existe ainda, o risco de altas de juros pressionar o mercado de ações, que se beneficia de taxas mais baixas na renda fixa. O Ibovespa fechou em queda de 1,16% (segundo dados preliminares), pouco acima dos 107 mil pontos, descolando de Wall Street, que bateu novos recordes históricos.