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Um exercício interessante, portanto, é investigar a situação do endividamento das empresas brasileiras de capital aberto. Neste terceiro semestre, a dívida das empresas listadas na B3 atingiu R$ 1,39 trilhão. Trata-se do maior valor desde setembro de 2019, pouco antes do início da pandemia. O caixa chegou a R$ 466 bilhões.

A dívida líquida fechou setembro em R$ 914 bilhões, registrando queda pelo segundo trimestre consecutivo. Já a dívida de curto prazo encontra-se em seu nível mais elevado: R$ 263 bilhões.

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O fundo do poço mesmo foi em junho de 2020, no auge da pandemia, quando as empresas geravam R$ 14,8 para cada R$ 100 de dívida.

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Sem recursos para arcar com as dívidas?
O fato do Lucro EBIT/Dívida Bruta estar em queda acende a luz amarela. Quanto menor o recurso para pagar os encargos da dívida, mais desafiadora a situação. Ao longo do tempo, se não houver uma recuperação, poderemos ver empresas enfrentando problemas de solvência.

A boa notícia é que os números mostram que o montante da dívida de curto prazo em setembro é menor do que o volume de caixa. Ou seja, as empresas mostram fôlego para cobrir as dívidas que vencem em menos de 12 meses.

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Vale destaca que os dados apresentados aqui cobrem o período de setembro de 2019 a setembro de 2023, e que apontam a tendência do grupo das 256 empresas da amostra.

Além disso, as empresas têm de ser analisadas individualmente para se ter o pulso real da sua situação, levando-se em conta o seu objetivo. Muitas, por exemplo, não estão interessadas em zerar as dívidas, mas em gerar valor e assim distribuir ganhos aos sócios e acionistas.

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A Apple, por exemplo, a maior empresa de valor de mercado do mundo, tem uma dívida de US$ 110 bilhões e uma relação EBIT/Dívida de 102,9%. Ou seja, gera mais que o volume da dívida em lucro.

Já no Brasil, a Petrobras(PETR3;PETR4) exibe uma dívida de R$ 305 bilhões e um EBIT/Dívida de 67,9% — pouco antes da Operação Lava-Jato, seu EBIT era negativo.

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