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A manifestação marcada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o próximo domingo (25) está sendo estruturada pelo próprio ex-mandatário e aliados mais próximos, como os filhos e o pastor evangélico Silas Malafaia. O evento tem como objetivo rebater as acusações de que Bolsonaro teria feito parte de um plano de golpe de Estado. Apesar da relevância para a direita, o Partido Liberal não irá auxiliar na organização do ato. A informação foi confirmada pela assessoria do próprio partido.

A decisão ocorre após o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, ficar três dias preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele foi alvo da Operação “Tempus Veritatis”, na quinta-feira (8).

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Valdemar era alvo de mandado de busca e apreensão, mas as autoridades apreenderam uma arma com registro inválido, o que configura o crime de posse ilegal de arma. Também foi encontrada com ele uma pepita de ouro.

Em sua defesa, Costa Neto afirmou que a arma é registrada, pertence a um parente e foi esquecida há vários anos no apartamento dele. Além do presidente do PL e do próprio Bolsonaro, os ex-ministros Anderson Torres, Walter Braga Netto e Augusto Heleno também foram alvos da operação.

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O não envolvimento do PL também tem lastro na ofensiva feita pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o partido após as eleições de 2022. Na época, a legenda foi condenada a pagar R$ 22,9 milhões por criticar as urnas e o sistema eleitoral. (VEJA O VÍDEO)

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Questionado se havia algum receio da legenda, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) negou qualquer constrangimento entre a sigla e o ex-presidente Jair Bolsonaro. “A manifestação partiu do ex-presidente e do Pr. Silas Malafaia. Não há receios. O PL nunca convocou manifestações, inclusive em período eleitoral. As manifestações sempre partiram de convocações espontâneas dos parlamentares”, disse o deputado.

Por outro lado, Bolsonaro sugere querer evitar atritos com Moraes. No vídeo em que convoca a população a ir ao protesto, o ex-mandatário pediu que seus apoiadores não levem cartazes contra pessoas específicas.

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“Peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo. E mais do que isso, não compareçam com qualquer cartaz ou faixa contra quem quer que seja. Nesse evento, quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas a minha pessoa nos últimos meses. Mais do que discurso, uma fotografia”, disse.

Na avaliação do cientista político Elton Gomes, professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o Partido Liberal deverá adotar uma postura de precaução após as operações contra o núcleo duro da legenda.

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“Apoiar Bolsonaro incondicionalmente, ficar de frente e expor-se, enfrentar os inimigos políticos de Bolsonaro, quer seja o governo, quer seja os ministros da Suprema Corte, já se mostrou algo inviável. No Brasil, ser inimigo do Judiciário é uma derrota política quase certa. Penso que Bolsonaro consegue resistir um pouco mais por conta de sua resiliência em termos de popularidade”, disse.

Ele acrescentou: “Como ele (Bolsonaro) está com a sua liberdade ameaçada, já sendo inelegível antes disso, a ideia do partido parece ser procurar um caminho em que eles permitam apoiar Bolsonaro, mas sem antagonizar com a Suprema Corte e sem se colocar como elementos que estão dentro do núcleo, mas propriamente dito, ideológico.”

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Malafaia irá patrocinar ato a favor de Bolsonaro
Bolsonaro contará com um aliado importante para viabilizar a manifestação do próximo dia 25. O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, confirmou ao canal CNN que alugou um um trio elétrico para um ato de apoio ao ex-presidente.

Quando a PF mirou Bolsonaro e aliados, diversos pastores fizeram silêncio sobre a ação, ao tempo em que parlamentares criticaram as investigações. Na época, Malafaia foi um dos únicos que se pronunciou e afirmou que os demais pastores eram “covardes” pela ausência.

Malafaia também criticou a atuação de Moraes, chamado por ele de “ditador de toga”. “Essa última ação dele mandando oficiais na casa de oficiais generais de alta patente, militares da ativa, prendendo gente, mandar prender o passaporte do presidente. Isso é uma vergonha”, disse nas redes sociais.

O apoio do religioso a Bolsonaro se tornou importante nos últimos anos. Já no pleito de 2018, Malafaia se posicionou como aliado de primeira hora do então deputado federal. Sendo umas das principais lideranças evangélicas do país, a participação do pastor é vista como um reforço da presença de Bolsonaro junto ao público evangélico.

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Presença de Nunes reforça ato em defesa de ex-presidente
A presença do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na manifestação é vista por aliados próximos a Bolsonaro como fator importante. Segundo apuração da Gazeta do Povo, o chefe do Executivo paulista foi aconselhado por aliados próximos a comparecer ao evento.

Em troca, Nunes espera que Bolsonaro faça um discurso de apoio à sua candidatura à reeleição na capital paulista. Em reserva, um parlamentar do PL avaliou que Nunes que o gesto será importante para diminuir a resistência do eleitorado bolsonarista em São Paulo ao nome de Nunes.

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O comparecimento ao lado lado de Bolsonaro é considerado como a chance do prefeito demonstrar lealdade ao ex-mandatário de forma pública e transparente. Por não ser aliado de primeira hora de Bolsonaro, Nunes é visto com desconfiança por eleitores e membros do PL – situação que levou muito a apoiarem a candidatura do deputado Ricardo Salles (PL-SP) ao Executivo municipal.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que irá a manifestação a favor do ex-presidente. “Estarei ao lado dele, como sempre estive”, afirmou.