Fatos importantes vão agitar o Mercado na semana. Na próxima semana acontecem as tão aguardadas reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Também haverá decisão sobre juros no Reino Unido e no Japão. Mesmo passando por um arrefecimento, que muitos analistas classificam como pontual, a inflação global continua forte e dando trabalho para os Bancos Centrais. O aperto deve continuar intenso e aumenta preocupações sobre uma recessão.
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Entretanto, mais aguardada que a reunião do Copom, é a decisão do Comitê de Mercado Aberto do BC Americano (Fomc, na sigla em inglês), também prevista para a “super quarta-feira” (21). Especulações sobre os próximos passos do Federal Reserve tem pautado os mercados desde o último encontro do colegiado, no final de julho. De lá para cá, diversos indicadores de inflação e emprego provocaram uma montanha-russa de previsões, ora apontando para uma desaceleração do aperto monetário, ora para um ritmo mais agressivo dos juros.
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Porém, a maioria do mercado aponta para uma alta de 75 pontos-base na taxa de juros americana, que atualmente está na faixa entre 2,25% e 2,50%. Uma parte das projeções chega a indicar alta de 1%. As chances de uma elevação de 50 pontos-base, a essa altura, são vistas como remotas.
E assim, apara analistas, “além da própria decisão sobre a taxa de juros, a coletiva [do presidente do Fed, Jerome Powell] deve fornecer mais pistas sobre o futuro da política monetária americana”, diz relatório do Bradesco.
“Ainda esperamos uma alta 0.5% na reunião do Fomc em dezembro. Isso deixaria os juros entre 4% e 4,25% no final de 2022”, escreveram os analistas do UBS BB.
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No entanto, no Brasil, na terça-feira (20), o Banco Central brasileiro dará início à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o sexto encontro do ano. A principal dúvida é se os juros vão parar de subir agora ou se ainda haverá uma última alta de 25 pontos-base, interrompendo um ciclo de elevação da taxa que começou em março do ano passado. De lá para cá, o Copom subiu os juros por 12 vezes consecutivas e a Selic, que estava em 2%, passou a 13,7%.
Portanto, o Itaú acredita que o BC deve indicar o fim do ciclo de aperto monetário, mantendo os juros como estão. “Acreditamos que o cenário da inflação para o horizonte relevante de política monetária melhorou marginalmente”, diz a análise do economista Mario Mesquita.
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“Em nossa visão, as autoridades devem sinalizar que as perspectivas para a economia ainda carecem de uma política monetária contracionista e postura vigilante, antecipando estabilidade para a Selic na próxima reunião”, complementa Mesquita. O Itaú avalia que o ritmo de desinflação no Brasil vai ser lento, demandando juros altos por mais tempo.
“Com a expectativa de manutenção da taxa Selic, os mercados devem monitorar o comunicado da decisão e o tom adotado para pensar os próximos passos do BC”, diz análise do Bradesco.
Quando o assunto é a agenda corporativa, na segunda-feira (19), ocorre a assembleia de acionistas da Tenda (TEND3) para retirada do poison pill, instrumento que evita a aquisição do controle da empresa, atendendo a um pedido de sua principal acionista, a Polo Capital.
Para a terça-feira (20), a oferta subsequente de 24,7 mil units do Iguatemi (IGTI11) será precificada.
Já na quarta-feira (21), sai a precificação do follow-on da Vamos (VAMO3), que vai distribuir 48,41 milhões de novas ações ordinárias e poderá levantar R$ 1 bilhão.
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Porém, na agenda do mercado para o Reino Unido temos na quinta-feira (22), o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também conduzirá sua reunião de política monetária. O encontro ocorre com atraso, por ter sido adiado em função da morte da rainha Elizabeth II. Ainda que a inflação britânica tenha desacelerado no mês passado e ficado abaixo de 10%, os preços continuam bastante aquecidos e não chegaram ainda ao pico, de acordo com analistas.
O consenso Refinitiv, média das projeções do mercado, aponta em uma alta de 50 pontos-base na reunião do BoE. Sendo assim, a taxa de juros no Reino Unido passaria a 2,25%.