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A CPI dos Atos Antidemocráticos ouviu, nesta quinta-feira (26), o ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Saulo Moura da Cunha, que chefiava interinamente a agência em 8/1, dia dos ataques às sedes dos três poderes em Brasília.

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Reafirmando o que já havia dito à comissão mista do Congresso Nacional em agosto, Cunha declarou que, entre os dias 2 e 8 de janeiro, emitiu 33 alertas de segurança ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) de G. Dias, à subsecretaria de inteligência da PMDF, áreas do Ministério da Justiça de Flávio Dino e a mais 20 órgãos do legislativo e judiciário em âmbito federal e distrital sobre o iminente risco dos ataques violentos.

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Cunha contou ainda que no dia dos ataques fez questão de entrar em contato pessoalmente com G.Dias Segundo relatou, às 08h do dia 8/01, ele informou ao então ministro da ABIN de Lula, por mensagem que a manifestação já tinha a adesão de mais de cem ônibus. Por volta de 13h30, ele ligou para G. Dias e disse estar muito preocupado, porque “a manifestação já se encaminhava, claramente, para um fim muito violento”. A partir de então, eles não teriam mais interagido.

Em outro questionamento afirmou que a responsabilidade da polícia do Distrito Federal (DF) é de cuidar da segurança pública e nada tem com os prédios federais como o Congresso Nacional, Palácio do Planalto, STF e prédios dos Ministérios.

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Distritais questionam falsificação de documentos da Abin pedida por G. Dias
 

Em questionamento feito pelo relator da comissão, deputado Hermeto (MDB), o depoente respondeu sobre possível falsificação, por G.Dias, de documentos produzidos pela Abin enviados à CPMI do Congresso Nacional.

Moura contou que, atendendo a uma solicitação de G. Dias, produziu duas planilhas em que constavam todos os alertas produzidos a serem encaminhadas ao Congresso Nacional. Uma delas continha as informações enviadas por ele pessoalmente ao ministro e a outra apenas os alertas enviados oficialmente pela agência. Ele conta que G. Dias pediu que relatasse ao Congresso apenas sobre os alertas gerais e não mostrasse os alertas pessoais a ele.

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Flávio Dino também está na mira para indiciamento. G Dias já está na lista

O deputado distrital, Pastor Daniel de Castro (PL), lembrou sobre a necessidade de justiça com individualização de conduta princípios básico do direito ampla defesa, contraditório, princípio da inocência, e da necessidade de individualizar a conduta dos acusados.

O deputado também afirmou que “o relator vai indiciar G.Dias, o que a relatora da CPMI Eliziane Gama não teve a competência de fazê-lo”.

Castro afirmou que G. Dias é um pano de fundo para a investigação pois, “tem outro degrau que chega no Dino e vai chegar é provado que vai chegar ,e depois do Dino nós temos um último degrau. No dia 7 de janeiro o presidente Lula viaja no finalzinho da tarde. Mas nós vamos chegar lá nós, vamos chegar lá”, afirma ele.

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O deputado apresentou uma série de documentos que demonstraram segundo ele, “a leniência de Flávio Dino, Ministro da Justiça”, ele ainda afirma: – Está ai que Flavio Dino prevaricou e deve ser responsabilizado”.

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Afirmou ainda que o relatório produzido pela senadora Eliziane Gama “é vergonhoso e que ela usou dinheiro público para aquilo, mas que em 2026 terá a resposta do povo do Maranhão”.

O deputado também derrubou por terra através da resposta de Cunha a tese que Eliziane Gama apresentou de que G.Dias estava a poucos dias no poder e ainda não estava ciente de tudo. Isto porque Cunha afirmou que foi feita a transição de governo da adminstração Bolsonaro para Lula e que ele inclusive participou.

Castro apresentou vídeos com documentos sobre comunicação de Dino com o governador do DF, para que o relator siga a cronologia dos fatos facilite o indiciamento de Dino. (VEJA VÍDEO)

A CPI dos DF ainda está em andamento e existe um pedido de extensão para que se tenha mais tempo para ouvir os envolvidos.