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Início 08 DE JANEIRO DE 2023 Governo ocultou relatório da Força Nacional sobre violência em 08 de janeiro

Governo ocultou relatório da Força Nacional sobre violência em 08 de janeiro

Lula e Flávio Dino - Imagem EBC

Governo ocultou relatório da Força Nacional sobre violência em 08 de janeiro. Um relatório de inteligência produzido pela Força Nacional de Segurança Pública em 5 de janeiro alertou sobre a possibilidade de atos violentos em Brasília contra o resultado das eleições por parte de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).

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O documento afirmou que havia preparativos em curso para um atentado contra as instituições no dia 8 de janeiro (inclusive com o uso de armas de fogo e explosivos artesanais) e sugeriu a existência de uma “associação extremista criminosa com motivações político-ideológicas”.

Embora no dia 08 de janeiro de fato, nenhuma arma de fogo tenha sido apreendida, e armas de CACs, são armas registradas e legalizadas, o governo tinha informações suficientes para evitar o fato, mas não o fez.

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O relatório listou uma série de mensagens trocadas em um grupo de WhatsApp com 237 integrantes chamado “Rifas tiro e pesca”, e concluiu: “Alguns membros mais exaltados podem vir a concretizar o que planejam e manifestam em suas postagens”.

“No grupo em discussão, percebemos vários diálogos onde integrantes instigam os demais a participarem de um ato que ocorrerá em Brasília no próximo dia 08 de janeiro do corrente ano, não de forma pacífica, mas com o uso de violência mediante a utilização de armas de fogo, bem como explosivos artesanais”, disse o texto.
“No informe apresentado, em sua grande maioria, os membros do grupo mostram insatisfação com a nova Administração Federal e com as medidas tomadas recentemente, que mudaram as regras de posse e porte de armas em todo o território nacional”, afirmou o relatório.

A existência do relatório de inteligência da Força Nacional é conhecida desde janeiro, mas, desde então, diferentes autoridades questionadas pela Folha de S.Paulo afirmaram desconhecer o teor do documento.

A CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal pediu cópia do relatório no início das investigações, sem sucesso. Em maio, a Folha de S.Paulo solicitou a íntegra via LAI (Lei de Acesso à Informação), mas a Força Nacional respondeu que o documento estava sob sigilo e negou o acesso.

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A lista de destinatários do documento indicou que uma cópia foi entregue ao diretor da Força Nacional de Segurança Pública e à Diretoria de Inteligência do Ministério da Justiça, mas não citou nomes.

Questionado, o ministério afirmou que quem respondia pelos órgãos na data, respectivamente, eram os delegados Ivair Matos Santos e Tomás de Almeida Viana.

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Embora o governo tenha ocultado o documento bem como o próprio Ministro da Justiça, Flavio Dino, não preservou e apresentou até o momento, as imagens de seu próprio ministério para ajudar nas investigações, existe um movimento em montar narrativas sem provas tentando incriminar membros do antigo governo, que já não estava no poder e nem mesmo tinha a responsabilidade de conduzir o Brasil.

A pasta destacou que Tomás era “oriundo da antiga gestão” e estava à frente da Diretoria de Inteligência no lugar da antiga titular, Marília Alencar –braço direito de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro. Marília acompanhou Torres de volta à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal após a vitória de Lula e era responsável pela inteligência da pasta no dia 8 de janeiro, pois o governo Lula não achou importante realizar trocas destas pessoas nestas funções.

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O governo Lula nomeou após a vitória eleitoral uma extensa equipe de transição de governo. Até o final do governo Bolsonaro, a Força Nacional estava sob o comando do coronel José Américo Gaia, hoje secretário de Segurança Pública do Acre. Ele foi exonerado em 2 de janeiro. O diretor atual, Fernando Alencar Medeiros, só foi nomeado no dia 9 de janeiro.

Já a Diretoria de Inteligência do Ministério da Justiça, àquela altura, estava sendo transformada em Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência. A organização atual do ministério passou a valer no dia 24 de janeiro. Por isso, autoridades relatam que, nos primeiros dias do ano, o organograma estava sendo reformulado e muitos cargos continuavam vagos.

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Vale lembrar que o ministro da Justiça, Flávio Dino, mesmo em 2022 antes de assumir o governo já fazia pronunciamentos e passava orientações. Inclusive em 12 de dezembro, após a prisão do Cacique Sererê em Brasília, ele deu um pronunciamento sobre o tema para os meios de comunicação. Já afirmando que estava trabalhando em conjunto com a Polícia Federal para acabar com os acampamentos em frente aos quartéis do exército.

Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que não é possível saber o que foi feito a partir do relatório. A pasta disse que o documento foi entregue à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, a quem compete o policiamento da Esplanada dos Ministérios.

“Pelas informações levantadas, não há registros na DIOPI [Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência] que permitam saber que providências foram adotadas na então Diretoria de Inteligência a partir da recepção desse relatório. O envio para a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal decorre do fato de este ser o órgão competente legalmente para o policiamento ostensivo da Esplanada dos Ministérios.”

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Além do documento da Força Nacional, há registro do relatório produzido pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal dois dias antes do episódio. O teor do texto foi revelado pela Folha de S.Paulo em 14 de janeiro.

Em um memorando de 25 de janeiro, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal também afirmou ter recebido do próprio Ministério da Justiça o documento da Força Nacional. A secretaria disse que esse foi o único relatório de inteligência anterior ao dia 8.

Apesar de a segurança da Esplanada dos Ministérios ser de responsabilidade do Governo do Distrito Federal, os prédio federais são de responsabilidade do Ministério da Justiça, como afirmado pelo ex-Ministro da Justiça André Mendonça, e atual Ministro da Suprema Corte, por esta razão a oposição ao governo Lula pressiona pela convocação do diretor substituto da Força Nacional e do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), na CPMI do 8 de janeiro.

O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em entrevista afirmou que a PF já havia enviado relatório sobre os riscos.

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Dino se orgulha do sucesso que foi a posse presidencial em 01 de janeiro, que ocorreu com segurança devido ao trabalho do governo de transição. Entretanto, já nos atos ocorridos em 08 de janeiro, o governo Lula em sua totalidade tenta imputar a responsabilidade a membros do governo Bolsonaro que já não estava mais no poder.

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