IRB Brasil tem recorde em operações vendidas

A ação do IRB Brasil (IRBR3) encerrou o pregão de hoje em queda de 2,26%, valendo R$ 5,18. No ano, o papel do ressegurador acumula uma queda de 36,67%, frente ao fechamento a R$ 8,18 ao final de dezembro de 2020.
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IRB Brasil tem recorde em operações vendidas. Às vésperas de realizar uma oferta de ações para levantar recursos considerados vitais para a continuidade de suas operações, o IRB viu o número de posições em aberto – ações alugadas que ainda não foram cobertas ou compradas de volta – chegar a 717 milhões, equivalente a 27,2% do seu free float (ações em circulação no mercado).

Sendo que, o volume de posições “vendidas’ em ações do IRB (IRBR3) alcançou um nível recorde nesta terça-feira (30), muito próximo do limite autorizado pela B3.

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Contudo, na última semana, diante do aumento da demanda pelas operações, a B3 elevou o limite para o aluguel de ações do IRB de 25% para 30% do free float, enquanto cortou de 35% para 30% o limite para opções com papéis da companhia.

Entretanto, a explicação é que ao anunciar que realizaria um aumento de capital, na quarta-feira passada (24), a resseguradora informou que pretendia levantar até R$ 1,2 bilhão com a operação para se reenquadrar a indicadores regulatórios e evitar uma intervenção pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Inicialmente, pretendia emitir 597 milhões de ações – que, na data do anúncio, eram cotadas a R$ 2,01.

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A companhia, porém, deixou em aberto a possibilidade elevar em até 200% o número de ações emitidas para captar os mesmos R$ 1,2 bilhão, o que implicaria que os papéis oferecidos na oferta saíssem a um preço bem inferior às cotações de mercado. Pelos cálculos de casas como Safra e BTG, caso o IRB emita o número máximo de ações, o desconto levaria os preços para o patamar R$ 0,66 ou R$ 0,67. Dada essa perspectiva, os papéis estão renovando as mínimas históricas nos últimos dias.

Isto porque, para quem mantêm posições de aluguel em aberto, participar da oferta e comprar as ações bem abaixo do preço pelo qual as venderam no mercado é bom negócio.

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Parte da aposta na queda das ações do IRB está sendo realizada por fundos de investimentos. Desde dezembro do ano passado, os fundos brasileiros de ações e multimercados estão mais vendidos do que comprados nos papéis da resseguradora, mostram dados coletados pela Economatica.

Os números mais recentes são de abril deste ano, já que os gestores têm um prazo de até 90 dias para informar a composição de suas carteiras à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Sendo que muitos desses fundos adotam estratégias do tipo “long and short”, ou “comprado e vendido”, montando operações com pares de ativos que, na visão dos gestores, terão desempenhos distintos no decorrer do tempo.

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Entretanto, alguns dos gestores que tinham posições vendidas em IRB em abril se desfizeram delas nas últimas semanas. “Zeramos algumas semanas atrás, quando a taxa de aluguel dos papéis da resseguradora começou a subir e encarecer a operação”. Ontem, diante da demanda crescente, o custo médio para alugar ações do IRB chegou a 69,5% ao ano. A taxa é cobrada pela corretora que repassa para quem possui os papéis e se dispõe a “emprestá-los” temporariamente para os investidores interessados em fazer o “short”.

Contudo, existem gestores que pretendem participar da oferta de ações do IRB justamente para reduzir ou até encerrar a posição vendida agora.

Por fim, dentre as pessoas físicas que realmente apostam no negócio está um dos maiores investidores individuais da Bolsa brasileira, Luiz Barsi Filho.

Ele se tornou acionista do IRB em junho de 2021 e desde então vem tanto aumentando quanto vocalizando sua posição na empresa. Possuía cerca de 27 milhões de ações em março deste ano, segundo documentos disponíveis na CVM.

Mais tarde, sua filha, Louise Barsi, foi eleita membro do Comitê de Auditoria do IRB em julho, em “um contexto de aprimoramento da governança corporativa da companhia”, manifestou a resseguradora na época.

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