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A MRV&Co (MRVE3) registrou prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 104,9 milhões no quarto trimestre de 2023, abaixo dos R$ 333,4 milhões apurados no mesmo período de 2022. Em contrapartida, o lucro bruto somou R$ 467,9 milhões, crescimento de 39,7% na mesma base de comparação.

Os dados abrangem o resultado consolidado das incorporadoras MRV e Sensia, além de Urba, Luggo e da subsidiária norte-americana Resia, que juntas formam a MRV&Co. O programa minha casa minha vida de Lula deveria ajudar no resultado da empresa.

A MRV&Co reportou receita operacional líquida de R$ 1,94 bilhão de outubro a dezembro, alta de 16,9% no comparativo anual.

Com isso, a margem bruta consolidada atingiu 24,1% no período, 3,9 pontos percentuais (p.p.) acima do observado um ano antes.

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Com exceção da receita líquida, que recuou 1,6%, os dados do quarto trimestre ficaram acima do registrado no terceiro trimestre.

Incorporação: menos lançamentos e lucro
No recorte do segmento de incorporação da MRV&Co, considerando apenas os números da MRV e da subsidiária Sensia, o lucro líquido ajustado atribuído aos acionistas atingiu R$ 52 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 83 milhões no quarto trimestre de 2022.

Segundo a companhia, tal indicador exclui os efeitos da operação de recompra de ações da MRVE3 (equity swap), marcação a mercado, além de ganhos e perdas não recorrentes.

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Enquanto o lucro bruto somou R$ 463 milhões, avanço de 46,7% na comparação anual. Por sua vez, a receita líquida ficou 20,1% acima do ano anterior, a R$ 1,89 bilhão.

Nos três últimos meses do ano passado, o segmento de incorporação da MRV&Co viu as vendas líquidas totais somarem R$ 2,30 bilhões, salto de 55,8% em relação a 2022. Ante julho a setembro, o indicador subiu 4,3%.

Em contrapartida, com menos lançamentos, o valor geral de vendas (VGV) recuou 25,3% no quarto trimestre ante um ano antes, a R$ 2,06 bilhões. Porém, na comparação trimestral, o indicador subiu 14%. Esses dados foram reportados em prévia operacional divulgada em janeiro.

Os números acima consideram também as unidades lançadas no programa habitacional “Pode Entrar“, da prefeitura de São Paulo, sendo a primeira tranche de projetos, comenta o diretor executivo de finanças e relações com investidores da companhia, Ricardo Paixão.

Desta forma, o segmento fechou dezembro com ticket médio de lançamento de R$ 283 mil, 28,1% acima dos R$ 221 mil apurados ao fim de 2022. Enquanto o preço médio de vendas foi de R$ 246 mil, alta de 18,6% em relação a um ano antes.

  • 2023 da MRV: follow-on e reestruturação

No consolidado de 2023, ano marcado pela oferta subsequente de ações (follow-on) – que captou R$ 1 bilhão -, e pelo turnaround (reestruturação) operacional, a MRV&Co teve prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 29,8 milhões, diminuindo consideravelmente o prejuízo de R$ 177 milhões reportado um ano antes.

Por outro lado, a receita líquida cresceu 11,8%, para R$ 7,43 bilhões. Desse total, o montante recorde de R$ 7,23 bilhões foi gerado pelo segmento de incorporação (MRV e Sensia).

Conforme adiantado em prévia, as vendas líquidas cresceram 45% em 2023 na base anual, atingindo R$ 8,55 bilhões. Entretanto, o VGV de lançamentos caiu 24,1%, para 5,80 bilhões.

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Entre janeiro e dezembro, a MRV&Co lançou perto de 20,6 mil unidades, número 38,3% abaixo do lançado em 2022.

“Tivemos um patamar importante de vendas no ano passado, com evolução de preços, margem bruta evoluindo, resultando no crescimento do VGV vendido, mesmo com volume menor de lançamentos”, diz Paixão.

Ele acrescenta que a MRV conseguiu uma retomada importante no ano, em especial no último trimestre, após a conclusão do turnaround.

“A safra de vendas que tivemos [em 2023] está em margens superiores ao visto no período pré-pandemia de covid-19. Com isso, a margem de novas vendas ficou entre as melhores que tivemos na história da companhia. O que nos traz segurança para o que vem pela frente”, observa.

Além disso, o executivo destaca que os resultados do ano passado ainda ficaram prejudicados devido ao estoque de unidades de 2020 a 2022.

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“Em 2024, ficaremos livres da safra de estoques de 2020. Enquanto ainda teremos as safras de 2021 e 2022, que vão machucar um pouco os resultados. Contudo, em algum momento de 2025, a gente vai ver os resultados mais limpos”, pondera.

Paixão pontua que, além dos ajustes internos realizados pela MRV&Co durante o ano, os programas habitacionais, sobretudo o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), corroboraram para a recuperação da companhia e melhora nos números.

Incorporação volta a gerar caixa

Acompanhada com lupa pelo mercado e vista como “pedra no sapato” pelo CEO da companhia, Rafael Menin, a MRV&Co encerrou o ano passado com queima de caixa de R$ 201 milhões, confirma Paixão. Em 2022, a queima foi de R$ 847,4 milhões.

A meta da companhia para 2023 era gerar até R$ 200 milhões de caixa. Segundo o diretor de finanças e RI, entre os motivos pelos quais o resultado previsto não foi alcançado está o gasto de R$ 100 milhões em desembolsos com terrenos acima do previsto. “Foi fruto de compras de terrenos anteriores a 2020”, explica.

Por outro lado, a divisão de incorporação (MRV e Sensia) gerou caixa de R$ 130,8 milhões, contra queimas de R$ 286,4 milhões de outubro a dezembro de 2022 e de R$ 131,4 milhões no terceiro trimestre de 2023.

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Além disso, a companhia encerrou o ano com dívida líquida de R$ 5,05 bilhões, considerando as operações no Brasil e nos Estados Unidos, resultado 8,2% acima do reportado ao fim de 2022.

Ao fim de dezembro, a alavancagem financeira da MRV&Co – medida pelo indicador dívida líquida/patrimônio líquido -, ficou em 66,8%, abaixo dos 71% observados ao fim do ano anterior.

“Estamos no caminho certo para fazer um arroz com feijão muito bem feito, com produtos de qualidade e bom custo-benefício. Com isso, o nosso foco em 2024 é crescer em vendas”, finaliza Paixão.