Pandemia acelera transformação digital nas relações de trabalho. Com a adoção do chamado novo normal, ou seja, novos hábitos de segurança sanitária e distanciamento social. Muitos trabalhadores que estavam em casa tiveram que voltar, mesmo que em esquema de revezamento, para seus locais de trabalho.
Entretanto, com boa parte das empresas adotando o home office (teletrabalho) de forma integral ou híbrida (dias em casa e dias na empresa), é preciso seguir medidas para que empregadores e trabalhadores sejam beneficiados.
No entanto, de acordo com Eliana Saad Castello Branco”, especialista em direito coletivo do trabalho. A liderança deve se adaptar para engajar e distribuir tarefas de forma disruptiva. “Delegar e supervisionar o trabalho com o uso de ferramentas digitais e ter um viés comportamental para conhecer o teletrabalhador. A empresa deve mudar a cultura organizacional para sobreviver e ser ágil nas suas deliberações e inovações”, afirmou.
Contudo, o teletrabalhador deve ter respeitado os horários de descanso e lazer, muito embora esteja conectado com a empresa. O gestor deve ter preparo para saber que sua equipe não está disponível a qualquer tempo. Isto sob pena de vir a empresa responder por danos à saúde do trabalhador, em especial as doenças mentais, como síndrome de Burnout, depressão e dano existencial.
“O trabalhador deve ter uma boa gestão de tempo e compromisso na entrega dos resultados. Afinal, ele não terá seu tempo fiscalizado à semelhança de estar presencialmente na empresa. Este tipo de fiscalização, para ver se a pessoa está na sala, não condiz com as empresas do século XXI, tampouco com a geração millennials em diante, que tem como relevância o engajamento com propósito no trabalho”.
O teletrabalho requer uma responsabilidade extra do empregado, alerta Eliana. “Outro ponto importante será que empresa e o empregado devem ter uma lealdade e confidencialidade, porque as informações estão na “nuvem” (digitalizadas) e o acesso deve ser limitado entre ele e empresa”.
Pontos positivos e negativos
Contudo, um ponto negativo, é a produtividade que pode reduzir. Foi um momento de adaptação, muitas incertezas e pessoas que ficaram doentes, esses fatores prejudicam as atividades. Sem esses fatores, sim, o trabalho digital produz mais resultados. “Consigo otimizar mais o meu tempo, ser mais produtiva e trabalhar sem o stress e gastos com deslocamento. E com os amigos do trabalho fazemos happy hour virtual”, explica Luana Andrade, redatora.
A falta de interação também é algo negativo. A analista de desenvolvimento de produto Mayara Ruda Silveira citou em entrevista a agencia brasil, a falta de interação como uma das desvantagens do home office. “Para mim, as desvantagens são não ter contato com outras pessoas, não conversar, não trocar experiências, às vezes trabalhar mais no home office do que na empresa e ficar com receio de sair na rua”.
Ainda sobre a inovação nos meios de trabalho. O tribunal superior do trabalho, TST, lançou publicação explicativa sobre modalidades de teletrabalho. Trataremos sobre o assunto em futuro post.