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O vice-líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma denúncia contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, à Comissão de Ética da Presidência nesta quinta-feira (28). A acusação questiona se Campos Neto tem recursos em fundos exclusivos indexados à Selic, taxa de juros cuja definição está sob responsabilidade do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

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Farias argumentou que, durante uma audiência pública na quarta-feira (27), Campos Neto foi “evasivo” ao ser indagado sobre possíveis investimentos em tais fundos. “A Comissão precisa investigar eventual conflito de interesses na atuação do presidente do Banco Central”, declarou Lindbergh.

Segundo o próprio presidente da Comissão, Campos Neto foi participar do debate por gentileza e para tratar de assuntos relativos ao Banco Central, jamais foi convidado para ter que tratar sobre sua vida pessoal.

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O movimento de Farias é mais uma das artimanhas utilizada pelos apoiadores de Lula para tentar forçar uma renúncia de Campos Neto da diretoria do BC. O Banco Central, é o único órgão brasileiro cuja direção não está aparelhada por Lula, que recentemente conseguiu a renúncia do diretor da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que deveria ficar no cargo até 2024 como Campos Neto.

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Em um recente encontro na Comissão de Finanças e Tributação, Campos Neto se mostrou a favor da taxação dos fundos exclusivos, uma proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltada para equilibrar as contas públicas.

Esta denúncia surge um dia após um encontro entre Campos Neto e o presidente Lula, orquestrado por Haddad para estreitar laços entre o governo e o Banco Central. “Excelente [reunião], de trabalho, muito produtiva, cordial”, comentou Haddad sobre a reunião.

Apesar do tom ameno da reunião, a relação entre Campos Neto e Lula vem sendo tensa. Em diversos momentos, o presidente Lula referiu-se ao chefe do BC como “esse cidadão” e questionou a autonomia do BC, aprovada em 2021.

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O Copom, sob influência decisiva de Campos Neto, reduziu a taxa Selic para 12,75% ao ano, continuando o movimento de corte iniciado em agosto. No entanto, Lula definitivamente não aceita alguém não indicado e chefiado por ele em qualquer cargo, e já deixo isto claro.

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