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Banco do Brasil censura presença de Bolsonaro na Agrishow e retira patrocínio. O governo federal anunciou, na sexta-feira (28/4), que o Banco do Brasil (BBAS3) cancelou seu patrocínio à Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, a Agrishow, evento do setor do agronegócio devido a provável presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Mais cedo, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, usou suas redes para falar sobre o patrocínio.

“Se a Agrishow não quer o governo federal no evento, não sei se o Banco do Brasil e o governo federal deveriam continuar patrocinando o evento”, escreveu França.

Não há informações oficiais sobre o valor total do patrocínio oferecido pelo Banco do Brasil à Agrishow , mas a instituição financeira também decidiu retirar todo o seu apoio ao evento.

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Além disso, a presidente do banco, Tarciana Medeiros , que estava prevista para participar de uma palestra durante a feira, também não irá mais comparecer.

A decisão do Banco do Brasil gerou repercussão no setor agropecuário, uma vez que a instituição é uma das principais financiadoras do agronegócio brasileiro. A Agrishow é uma das principais vitrines do setor e costuma receber a visita de autoridades do governo e representantes do agronegócio.

De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, o BB irá ainda participar da feira com seu stand, mas não ajudará com o patrocínio, que colabora com os custos da realização.

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“O BB do Brasil vai participar do evento apenas com seu stand de negócios”, disse o ministro à Reuters.

Fávaro, que mantém a decisão de não ir à feira apesar de a Agrishow ter divulgado nota reafirmando o convite, pretendia anunciar durante a feira os recursos para equalização do Plano Safra. De acordo com uma fonte próxima ao ministro, um acordo com a equipe econômica deve liberar recursos próximos a 1 bilhão de reais.

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A intenção do ministro, se a liberação estiver pronta para ser feita, é anunciá-la em um almoço com a Frente Parlamentar da Agropecuária, na terça-feira. Na mesma terça-feira acontece na Câmara dos Deputados a votação sobre o Projeto de Lei das Fake News que instaura a censura no Brasil, fontes afirmam que alguns parlamentares da bancada do agro tem se mostrado propensos a votar a favor do PL por negociar com o governo.

Ainda de acordo com a fonte, a decisão inicial do Banco do Brasil era se retirar totalmente da Agrishow.

Na quinta-feira, depois de ficar sabendo do caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para o ministro e deixou claro seu desagrado. Apesar de Fávaro ter acalmado a situação, pouco depois um representante do banco também telefonou e anunciou a intenção do BB de se retirar da feira. No entanto, Fávaro pediu que isso não fosse feito.

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O governo decidiu, então, pela retirada do patrocínio, mas pela manutenção do stand.

A participação do ministro na Agrishow estava prevista para segunda-feira, na abertura do evento. No entanto, na semana passada, Francisco Matturro, presidente da Agrishow, ligou para Fávaro e “sugeriu” que o ministro fosse no dia 2, não mais na abertura, porque Bolsonaro estaria lá com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Fávaro então decidiu não ir mais ao evento.

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Na terça-feira, ao conversar com a Reuters, Matturro garantiu que o convite ao ministro se mantinha e não quis nem mesmo confirmar a presença de Bolsonaro, pois havia apenas “boatos” de que o ex-presidente estaria presente. Mais tarde, a Agrishow divulgou uma nota oficial reafirmando o convite, mas Fávaro segue decidido a não ir.