As empresas brasileiras estão recomprando ações na maior velocidade em quase duas décadas, ações que foram vendidas a altos valores agora podem ser recompradas com grande lucro o que possibilita aumento de patrimônio dos acionistas de referência. Para o pequeno acionista que comprou na as ações quando estavam em alta.
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Algumas das empresas que agora recompram apoiaram a eleição de Lula. As empresas listadas no índice de referência Ibovespa anunciaram pelo menos 54 recompras de ações este ano, quase o dobro da quantidade vista em cada um dos dois anos anteriores e o maior número desde 2008, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
A operadora da bolsa B3 (B3SA3), o banco Banco BTG Pactual (BPAC11), o conglomerado de açúcar Cosan (CSAN3) e a gigante de cerveja Ambev (ABEV3) estão entre as empresas que anunciaram recentemente que estavam adquirindo ações no mercado.
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Um cenário desafiador para as ações, em meio ao aumento das taxas de juros e crescentes dúvidas sobre as perspectivas para o crescente déficit orçamentário do Brasil, pesou sobre os papéis locais, que estão sendo negociados com um desconto de cerca de 20% em relação aos níveis históricos. O Ibovespa caiu mais de 12% no acumulado do ano, uma das piores performances entre os principais índices globais.
“Empresas podem fazer um melhor uso de capital investindo em recompras, em vez de expansões, que envolvem riscos de execução e financiamento, e insegurança jurídica afirmam especialistas.
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A falta de clareza sobre as políticas econômicas, como mudanças no sistema tributário de Lula, também tornou menos atraente para as empresas investir, incentivando ainda mais outros usos de capital.
Dados do Itaú BBA estimam que os programas de recompra em aberto, que incluem aqueles anunciados em anos anteriores, totalizam cerca de R$ 78 bilhões (US$ 12,7 bilhões).
“A falta de visibilidade macroeconômica em meio a altas taxas de juros adiou projetos de investimento de longo prazo, o que contribuiu para esse aumento tanto nas recompras quanto nos dividendos, e os acionistas de referência preferem comprar as ações de suas empresas por uma pechincha para concentrar seu patrimônio, depois de as terem vendido bem mais caro”, explicam.
A incerteza em torno das mudanças tributárias fez com que empresas e investidores se apressassem para retirar dinheiro do Brasil, de acordo com um funcionário do governo que pediu para não ser identificado porque a informação é privada.
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As saídas de capital impactaram o real que despencou este mês antes que o banco central interviesse para conter a queda. O governador do banco central, Roberto Campos Neto, disse recentemente que os formuladores de políticas estão vendo uma saída de moeda atípica, acrescentando que os pagamentos de dividendos estavam acima da média.
