Patrocinado
Início Economia e Dinheiro Brasil precisa reduzir gastos públicos, não tem espaço para aumentar impostos, afirma...

Brasil precisa reduzir gastos públicos, não tem espaço para aumentar impostos, afirma Campos Neto

Roberto campos neto
Imagem: Youtube

O Brasil tem pouco espaço de manobra para implementar medidas que resultem em arrecadação adicional, disse nesta terça-feira (19) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

AINDA: Congresso aprova reforma tributária incerta e com aumento de preços provável para a população

A declaração foi dada ao final de um ano em que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve apoio do Congresso Nacional para uma série de medidas na tentativa de impulsionar as receitas federais em 2024.

“Quando a gente olha o espaço nessa relação de troca entre crescimento e arrecadação, entre a possibilidade de corrigir o fiscal através da arrecadação, a gente vê que o Brasil tem menos espaço”, disse Campos Neto em debate promovido pelo jornal Correio Braziliense.

LEIA: Saiba quem são os senadores que apoiaram Flávio Dino ao STF

Entre para o Telegram do Investidores Brasil!
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo.  Clique aqu
i. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui.

SAIBA: Argentina para reduzir gastos públicos anuncia venda de carros e aviões da frota presidencial

Contraste com anos anteriores de outras 

“A gente tem uma renda per capita relativamente baixa para uma carga fiscal que é relativamente alta. Então, mostra que tem pouco espaço de manobra em termos de arrecadação adicional”, acrescentou.
A excessiva dependência de receitas para conciliar o aumento real de gastos permitidos pelo novo arcabouço fiscal, e as metas fiscais traçadas pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), tem sido alvo de críticas de agentes do mercado financeiro e também por membros do Congresso Nacional.

Para representantes desses grupos, há um limite do que é possível aprovar para elevar a arrecadação da União. Por outro lado, há cobranças para que o governo enfrente o tema dos gastos públicos.

AINDA: Brasil retrocede mundialmente ao retirar OCDE do G20 e incluir Banco dos Brics

Dívida do Brasil é maior do que a maioria dos países

O presidente do BC também ressaltou que o Brasil sai em patamar mais alto de endividamento em 2023, na comparação com países como Chile, Peru, Colômbia e México. A trajetória da dívida também é mais inclinada, sinalizando uma tendência de alta, enquanto nas demais economias a expectativa é de estabilização ou redução.

“Mesmo com o arcabouço fiscal, a situação fiscal em termos de trajetória de dívida é um pouquinho pior”, disse.

Campos Neto acrescentou que, nesse contexto, expandir ainda mais a dívida brasileira para estimular a economia pode ser contraproducente.

VEJA: Lula defende aumentar “endividamento para crescer”

“Obviamente isso aqui [trajetória de alta da dívida] é facilmente revertido se o crescimento começar a despontar. Agora, a gente tem que entender que o crescimento precisa ser um crescimento que gere eficiência, um crescimento que tenha mais fatores que estimulem o crescimento vindo do mundo privado. Fazer dívida para crescer não necessariamente é uma coisa que vai levar a um equilíbrio muito melhor lá na frente”, afirmou.

MAIS: Dívida pública do Brasil deve chegar a 80% do PIB em 2024 afirma OCDE

Contas públicas ruins não é responsabilidade dos juros

O presidente do BC reafirmou que as análises sobre o cenário fiscal não têm uma relação mecânica com as decisões sobre a política de juros, uma mensagem já transmitida em diferentes comunicados da autoridade monetária.

Ele ainda observou que há uma “diferença grande” entre as metas do governo e a previsão dos mercados para o resultado das contas públicas, mas, mesmo nesse contexto, o “importante é perseverar”.

SAIBA: Confraternização de ministros do STF e Lula tem forte esquema de segurança

“A gente sabe que é difícil, acho que todo mundo sabe, inclusive hoje a expectativa de mercado não é que a gente vá atingir o [déficit] zero, mas é importante perseverar”, disse.

A realização de reformas, segundo ele, consegue “em parte” compensar a percepção ruim sobre as contas públicas. Por outro lado, ele apresentou uma série de gráficos para ilustrar as razões pelas quais o fator fiscal hoje é uma grande preocupação dos agentes econômicos.

SEM COMENTÁRIOS

Sair da versão mobile