Emissoras de rádio se contradizem sobre a campanha de Bolsonaro

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Emissoras de rádio se contradizem sobre a campanha de Bolsonaro. Pelo menos três das oito rádios citadas pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) por supostas irregularidades na inserção da propaganda eleitoral gratuita já se pronunciaram rebatendo as acusações de fraudes.

Em comunicados divulgados nesta quarta-feira, 26, as emissoras falam em falhas no recebimento dos materiais da campanha de Bolsonaro, candidato à reeleição, entre os dias 7 e 10 de outubro e alegam até mesmo ter procurado a própria coligação Pelo Bem do Brasil, solicitando a regularidade dos envios, o que não teria acontecido.

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E assim, o assunto ganhou mais repercussão após exoneração do servidor Alexandre Gomes Machado, então coordenador do pool de emissoras no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após a demissão, ocorrida nesta terça-feira, 25, o ex-funcionário da Corte procurou a Polícia Federal e disse ter sido demitido após tomar conhecimento sobre um erro nas inserções de campanha de uma rádio em Minas Gerais – o que o Tribunal e a emissora negam que tenha acontecido.

Contudo, entre as emissoras que se manifestaram na tarde da quarta-feira, 26, envolve a rádio Clube da Conquista, de Vitória da Conquista, na Bahia. Em entrevista à TV Jovem Pan News, o diretor da emissora, Washington Rodrigues, disse que houve um problema relacionado ao imbróglio dos pedidos de direitos de resposta pedidos pelas campanhas de Lula e Bolsonaro. Em um primeiro momento, a ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE, concedeu mais de 150 direitos de resposta ao petista, que seriam veiculadas no espaço destinado ao atual presidente. A magistrada, no entanto, recuou, suspendeu sua própria decisão e remeteu o caso ao plenário da Corte.

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E assim, neste intervalo, diz Rodrigues, a campanha do PT enviou às rádios o material do direito de resposta. A emissora, diz Rodrigues, teria insistido que a veiculação não era mais obrigatória. “Nós questionamos aqui que havia uma suspensão [do direito de resposta]. Eles disseram que não, que a suspensão só valia para a TV e não para o rádio. Quando chegou na sexta-feira, eles mandaram todo o material do direito de resposta, com mapa, tudo direitinho. O pessoal da operação, que estava na dúvida se colocava ou não, foi induzido ao erro, porque o material do Bolsonaro demorou para chegar. O que o pessoal entendeu? Como o material do Bolsonaro não veio, é porque era para colocar o direito de resposta”, explicou.

Por outro lado, o CEO da rádio Morena FM de Itabuna, Bahia, que inseriu a propaganda dos dois candidatos corretamente e avisa que nada tem a ver com a Morena FM de Serrinha, que burlou a lei ao colocar bem mais inserções do que Lula tinha direito (32) do que Bolsonaro (25).

Marcel Leal explica que tanto os mapas de inserção quanto os spots de cada candidato sempre estiveram no site do TSE. Entregues pelos partidos, os mapas trouxeram sempre a quantidade correta, 25 inserções para cada um. “Cada rádio pode entrar no site e baixar o material, sem esperar o envio pelos partidos. Foi o que fizemos”.

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Ele lembra que todas as rádios sabiam que são 25 inserções para cada candidato no segundo turno. “As rádios que colocaram a mais para Lula e a menos para Bolsonaro sabiam que cometiam crime eleitoral. Na Bahia, a maioria das que fizeram isso dependem da propaganda do governo estadual petista ou é do tipo comunitária”, afirmou Leal.

Boa parte das rádios comunitárias pertence a “movimentos sociais” ligados à esquerda e ao PT e estão acostumadas à impunidade, veiculando comerciais mesmo vedadas por lei e aumentando o alcance além do permitido em sua concessão, por exemplo. “Não há fiscalização sobre elas”, diz Marcel.

“Essa demissão do servidor é uma cortina de fumaça, destinada a livrar as emissoras que cometeram esse crime. Elas desequilibraram a eleição, dando vantagem enorme só para um lado. O servidor não influenciou em nada no cometimento do crime. A certeza de impunidade com um TSE militante, sim”. A entrevista de Marcel foi realizada pelo portal A Região.

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E ainda, na tarde desta quarta-feira, outra rádio que se manifestou sobre o assunto foi a JM Online, de Uberaba, em Minas Gerais. Embora não tenha sido citada no documento apresentado pela coligação Pelo Bem do Brasil ao TSE, a rádio foi mencionada pelo servidor Alexandre Gomes Machado durante declaração à Polícia Federal.

Em depoimento, o ex-servidor disse ter sido demitido cerca de 30 minutos depois que encaminhou para chefia da Corte um e-mail em que a emissora supostamente admitia erros nas inserções da campanha de Jair Bolsonaro, o que a rádio nega que tenha acontecido. Assim como a Viva Voz FM, a JM diz que no início do segundo turno das eleições presidenciais os mapas e materiais da campanha bolsonarista deixaram de ser enviados, fato identificado em 10 de outubro. Com isso, a emissora afirma ter questionado o TSE quais medidas deveriam ser adotadas, da mesma forma que acionou o Partido Liberal solicitando as mídias para propaganda.

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“Boa tarde. Você poderia enviar todas as mídias referente a esse mapa? Não estávamos recebendo nenhuma até a chegada desse e-mail”, diz mensagem. A rádio informa ainda que, “diante da ausência de orientação da Justiça Eleitoral sobre eventual necessidade de reposição das inserções não veiculadas”, a emissora encaminhou um e-mail para formalizar o pedido de orientação do Tribunal Superior Eleitoral, mensagem que teria sido citada – de forma deturpada – pelo servidor Alexandre Gomes Machado, em depoimento à Polícia Federal. “Lamentamos que o assunto tenha motivado um debate político acirrado e absolutamente desproporcional sobre um questionamento que poderia ter sido resolvido com a simples resposta pedida pela emissora”, conclui a rádio.

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