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Sem ouvir Força Nacional e com obstrução de provas do Ministro da Justiça ” Eliziane Gama pede indiciamento de Bolsonaro, que estava fora do Brasil em 08 de janeiro

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Imagem: Congresso Nacional

Relatora da CPMI dos Atos de 8 de Janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do Ministro da Justiça, Flávio Dino, apresentou nesta terça-feira (17) o relatório final produzido pelo colegiado de maioria aliados a Lula.

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O texto, que conta com mais de 1.300 páginas, pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de cinco ex-ministros dele, e de quatro ex-auxiliares, pessoas que não estavam no poder em 08 de janeiro.

Durante leitura da introdução do documento, Eliziane sustentou que as investigações, depoimentos e documentos evidenciaram o nome do ex-chefe do Executivo. Entretanto Bolsonaro saiu do Brasil mesmo antes do final de 2022 e também não foi ouvido pela CPMI.

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A relatora em seu relatório não usou a palavra terrorista para se referir as pessoas que se manifestavam em frente aos quarteis do exército, entretanto, durante as outivas elas afirmava que os “manifestantes eram terroristas”. Ou seja os colocava na mesma posição dos terroristas do Hamas que massacrou Israel nas últimas semanas.

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Eliziane ainda sustentou que o 8 de janeiro tratou-se de uma “mobilização coordenada” e defendeu que “houve método na invasão”.

– Autoridades protegeram manifestantes. O 8 de janeiro não foi ordeiro e pacífico. Proposta não era ocupar, mas depredar. Bolsonaristas radicais agrediram policiais, defecaram e urinaram nas sedes dos poderes. Foi uma tentativa propositada de golpe de Estado, provocar o caos e até mesmo, se necessário, uma guerra civil (…) Não foi um movimento espontâneo ou desorganizado. Foi uma mobilização idealizada, planejada e preparada com antecedência – salientou a senadora.

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A senadora ignora em seu relatório a omissão das autoridades no poder na referida data. Bem como a obstrução e controvérsias apresentada por Dino, seu aliado político, em não cumprir a determinação da própria CPMI e do ministro Alexandre de Moraes da Suprema Corte, para apresentar as imagens das câmeras de segurança de seu Ministério. Dino afirmou a Globo News e também em suas redes sociais que estava no Ministério da Justiça no momento dos atos ” e viu tudo de sua janela”.

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Entretanto, após a confirmação da omissão em evitar o quebra-quebra, passou a negar a entrevista dada e também apagou os posts que são amplamente divulgados nas redes sociais. Também ficou comprovada na CPMI que a Força Nacional esteve presente no estacionamento do Ministério da Justiça e não agiu. Porém a CPMI de maioria governista não aprovou a oitiva do chefe da Força para explicações.

No total, o relatório pede o indiciamento de 61 pessoas. Entre os nomes que pertencem ao círculo de Bolsonaro, estão o do ex-ministro da Casa Civil e Defesa, Walter Souza Braga Netto; do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; do ex-ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira; do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes; do ex-ajudante de ordens, general Mauro Cid; do major Ailton Gonçalves Moraes Barros; do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antônio Elcio Franco Filho; e do coronel Jean Lawand Júnior.

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A senadora propõe indiciamentos por 26 delitos, sendo os mais comuns os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de depor governo legítimo.

O relatório final deve ser votado nesta quarta-feira (18). Após sua aprovação, o documento deve ser encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirão dar continuidade ou não à apuração.

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CONFIRA A LISTA COMPLETA DOS PEDIDOS DE INDICIAMENTO PELA RELATORA:

Ex-presidente Jair Bolsonaro
General Braga Netto
Anderson Torres
General Augusto Heleno
General Luiz Eduardo Ramos
General Paulo Sérgio Nogueira
Almirante Almir Garnier Santos
General Freire Gomes
Tenente-coronel Mauro Cid
Filipe Martins
Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)
Coronel Marcelo Costa Câmara
General Ridauto Lúcio Fernandes
Sargento Luis Marcos dos Reis
Major Ailton Gonçalves Moraes Barros
Coronel Elcio Franco
Coronel Jean Lawand Júnior
Marília Ferreira de Alencar
Silvinei Vasques
General Carlos José Penteado
General Carlos Feitosa Rodrigues
Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior
Coronel André Luiz Furtado Garcia
Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos
Capitão José Eduardo Natale
Sargento Laércio da Costa Júnior
Coronel Alexandre Santos de Amorim
Tenente-coronel Jader Silva Santos
Coronel Fábio Augusto Vieira
Coronel Klepter Rosa Gonçalves
Coronel Jorge Eduardo Naime
Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra
Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues
Major Flávio Silvestre de Alencar
Major Rafael Pereira Martins
Alexandre Carlos de Souza
Marcelo de Ávila
Maurício Junot
Adauto Lúcio de Mesquita
Joveci Xavier de Andrade
Meyer Nigri
Ricardo Pereira Cunha
Mauriro Soares de Jesus
Enric Juvenal da Costa Laureano
Antônio Galvan
Jeferson da Rocha
Vitor Geraldo Gaiardo
Humberto Falcão
Luciano Jayme Guimarães
José Alipio Fernandes da Silveira
Valdir Edemar Fries
Júlio Augusto Gomes Nunes
Joel Ragagnin
Lucas Costar Beber
Alan Juliani
George Washington de Oliveira Sousa
Alan Diego dos Santos
Wellington Macedo de Souza
Tércio Arnaud
Fernando Nascimento Pessoa
José Matheus Sales Gomes

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Outro relatório foi realizado em paralelo e também deve ser apresentado. Nas redes sociais as críticas a CPMI e a postura de Eliziane Gama estão no Trending Topics. Muitos afirmam da “manipulação do governo Lula que colocou na CPMI uma relatora que nem mesmo assinou para que a CPMI existisse”.

O Deputado Abílio Brunini (PL-MT) postou em suas redes sociais imagens da senadora Eliziane com Lula e Dino, além de lembrar a ligação entre eles.

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