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Erros da gestão Dilma estão sendo repetidos na Petrobras, afirma economista. O economista e ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, disse nesta terça-feira,1, que a Petrobras (PETR3;PETR4) está repetindo os mesmos erros da era Dilma Rousseff ao não reajustar os preços defasados da gasolina e do óleo diesel.

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Para Schwartsman, a defasagem dos combustíveis afasta os importadores privados do mercado que não veem sentido em comprar no exterior a um preço elevado e vender a um preço abaixo do mercado no Brasil.

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Com isso, a Petrobras é forçada a importar mais produtos para abastecer o mercado interno porque a produção do país não é autossuficiente em derivados de petróleo.

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Conforme já publicamos na última semana, a Petrobras tem segurado possíveis reajustes nos preços dos combustíveis apesar da escalada da cotação do barril de petróleo. Na 6ª feira 2, chegou a 24% a defasagem no preço médio da gasolina vendida nas refinarias da estatal em comparação com os preços internacionais. Já o óleo diesel está 21% abaixo

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Segundo os dados mais recentes divulgados pela Petrobras, a estatal importou 52 milhões de litros de gasolina por dia no 2º trimestre de 2023. O montante representa aumento de 642,9% em comparação ao mesmo período de 2022, quando importou uma média de 7 milhões de litros do combustível.

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“Ocorre que se o preço interno for muito inferior ao preço internacional o importador privado não vai fazer isso. Ele teria que comprar lá fora por um preço mais caro e vender aqui por um preço mais barato.

Então esse importador sai do negócio”, disse Schwartsman. “A mecânica é a mesma que a gente viu lá no governo Dilma, a questão é saber quanto tempo isso vai durar”.

Além de diminuir o número de concorrentes, a prática de não reajustar os preços acaba por aumentar a responsabilidade da Petrobras de suprir essa necessidade de combustíveis importados no país.

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Isso gera um descompasso nas finanças da empresa que é obrigada a comprar os derivados em dólar no exterior e repassar aos consumidores a um preço artificial.

No ponto de vista de Schwartsman, evitar o reajuste da gasolina também prejudica o setor de etanol. Isso porque o combustível tem seu preço atrelado ao da gasolina e a defasagem acaba deteriorando os valores do etanol.

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“Isso também ferra o setor de etanol porque o preço do álcool tem que manter uma proporção mais ou menos fixa do preço da gasolina, então quando você controla o preço da gasolina você também controla indiretamente o preço do álcool. Foi isso que quebrou o setor sucroalcooleiro em 2013 e 2014”, disse o ex-diretor do Banco Central.

A entrevista do economista foi ao Poder 360.