Gafisa em disputa com gestora favorece alta do papel

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Gafisa em disputa com gestora favorece alta do papel. Uma disputa entre a Esh Capital e o grupo controlador da Gafisa (GFSA3) promoveu uma forte alta das ações, quando o papel subiu 27,2%. Por volta de 12h45 desta quinta-feira (29), a ação seguia em disparada, avançando 21,3%, a R$ 9,81.

O impasse envolve, entre outras coisas, o questionamento do aumento de capital da construtora e o desencontro entre as datas para a realização de uma assembleia geral extraordinária de acionistas (AGE). Até o momento, o encontro ocorrerá em 9 de janeiro.

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Na quarta-feira, a Esh obteve decisão favorável da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para manter sua convocação da AGE no dia 2 de janeiro, enquanto o conselho de administração da Gafisa marcou o encontro para o dia 9 de janeiro.

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Entre os argumentos da gestora está o fato de que a Gafisa demorou a convocar a AGE após autorizar o chamamento do encontro. Por outro lado, o conselho de administração da companhia diz que ainda tinha a prerrogativa para definir a data e pediu que fosse suspensa a convocação da Esh.

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Embora tenha vencido na CVM, a Gafisa já havia conquistado uma liminar na Justiça – anterior ao decidido pela autarquia – que mantinha a data da assembleia para 9 de janeiro. A CVM entendeu que a liminar não teria efeito após a decisão de seu colegiado, mas a construtora informou que que continuará a seguir a decisão judicial em detrimento ao deliberado pela autarquia.

A efetivação do aumento de capital está marcada para o dia 5 de janeiro, ou seja, antes da AGE, o que poderia tornar sem efeito o questionamento da gestora. Porém, o conselho da Gafisa deverá decidir na sexta-feira (30) se manterá a homologação do aumento de capital nesta data ou se irá adiá-la.

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Impasse desmontou ‘vendidos’
A alta pode ser explicada por um movimento de mercado para cobertura de posições vendidas, o chamado “short squeeze”. Segundo apuração do Broadcast, investidores que pretendem participar da assembleia não estão mais disponibilizando suas ações para aluguel ou tomando os papéis alugados de volta, obrigando quem tinha montado estratégia vendida na ação a ir buscar o papel no mercado à vista – por isso a forte procura.

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Uma possível explicação para o movimento, prossegue a reportagem, é que grupos de investidores na Gafisa queiram se juntar para conseguir maior poder de fogo na assembleia. Se a ação for alugada, sai da titularidade do acionista, por isso ele não poderia participar da reunião.

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